170 anos de Barretos (parte III)
karla-armani-medeiros - 20 de agosto de 2024
PROFª ESP. KARLA ARMANI MEDEIROS historiadora, professora de História e titular da cadeira 7 da ABC www.karlaarmani.blogspot.com / @profkarlaarmani
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É inegável a importância da pecuária na história da cidade, desde o mais longevo período. No século XIX, já eram notadas as pastagens destinadas aos bois – principalmente os campos de invernada – e junto delas várias atividades se desdobravam. A pecuária foi quase um monopólio na economia da cidade por esses 170 anos, lembrando que, em algumas regiões que pertenciam a Barretos, a agricultura cafeeira e de outros cereais teve a sua digna importância (é só observar o brasão da cidade e conhecer a história dos antigos povoados que hoje são cidades emancipadas). Essa pecuária foi o atrativo para se equipar melhor a cidade com estradas e caminhos para transportes. Tanto que Barretos só pôde impulsionar seu desenvolvimento econômico de fato a partir do momento em que o trem passou a apitar por seus trilhos, no ano de 1909. A ferrovia, empreendida pela Companhia Paulista de Estrada de Ferro, fazia parte de um complexo agregado à atividade pecuária. Diante disso, foram instalados em terras barretenses o matadouro, o posto zootécnico e o primeiro frigorífico de grande modelo no Brasil, em 1913. Este, mais tarde nas mãos do capital estrangeiro, recebeu imigrantes como mão de obra operária e foi palco de greves memoráveis.
Outro tema de igual importância na história local foi a Educação. Sem sombra de dúvidas, a fundação da primeira escola pública estadual da cidade ofereceu nova era às gerações de barretenses que nasceram no início do século XX. Mas, dentre tantos acontecimentos na Educação, destaco aqueles que romperam barreiras e trouxeram vanguardas: a instalação do ensino secundário e do ensino universitário. Era 1931 quando a Sociedade Escolas de Barretos (SEB) insistiu que a cidade precisava ter um ginásio de ensino secundário e, 1964, quando o curso universitário de Engenharia foi inaugurado na Faculdade Educacional de Barretos (FEB). Ocorre que tanto a SEB quanto a FEB foram desacreditadas e criticadas como instituições desnecessárias, mas que graças a insistência de líderes visionários, que romperam a dita “mentalidade bovina”, tornaram-se sólidas. [continua].
PROFª ESP. KARLA ARMANI MEDEIROS, historiadora, professora de História e titular da cadeira 7 da ABC – www.karlaarmani.blogspot.com / @profkarlaarmani