Produção de carne enviada para os EUA representa 3% das exportações brasileiras, afirma dirigente da Faesp
Roberto José - 18 de julho de 2025

Produção de carne enviada para os EUA representa 3% das exportações brasileiras, afirma dirigente da Faesp
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Estados Unidos é o segundo maior comprador de carnes do Brasil produzidas nos frigoríficos do país
O panorama vivido nos últimos dias no país com o anúncio da taxação dos produtos brasileiros tem mexido com setores da economia. O vice-presidente da Faesp e coordenador da Comissão Técnica de Pecuária de Corte da instituição, Cyro Ferreira Penna Júnior, fez uma avaliação do cenário, abordando o que representa em percentual e essa longa história de comércio entre os dois países desde o século XIX.
Segundo Cyro Penna, embora estas relações tenham passado por altos e baixos, elas continuam sendo significativas para ambos os países, especificamente em relação à carne bovina. “Até 2016 o Brasil exportava para os EUA somente carne industrializada, momento em que passamos também a exportar carne in natura, principalmente dianteiros bovinos para fabricação de hamburgueres e congêneres e, desde então, as exportações de carne bovina tem crescido, com um aumento significativo em 2024, colocando-se os EUA como o nosso segundo maior comprador com 12% do volume total que o Brasil vende para o exterior, enquanto os chineses compram quase a metade do volume total exportado”, afirmou.
Contudo, a promessa de taxação da carne brasileira pelo governo Trump a partir de 1º de agosto inviabiliza as exportações para os EUA, devido à perda de competitividade pela alta dos preços para os importadores americanos. “Considerando que cerca de 25% do total de carne bovina produzida no Brasil é destinada às exportações para os diversos destinos no mundo, o volume afetado pela taxação do Governo Trump seria de apenas 3% deste total, devendo portanto sobrar um excedente de carne bovina no mercado interno o que deve pressionar negativamente os preços principalmente de animais prontos para abate, o que nos leva a crer que a maior parte da fatura será debitada aos pecuaristas”, analisou o dirigente.