Pierre-Auguste Renoir foi um dos mais célebres pintores franceses e um dos mais importantes nomes do movimento impressionista. Mas, algo que nos chama a atenção na obra artística de Renoir é que ele possuía sérios problemas de saúde, dentre eles, tinha artrite nos braços e nas mãos. Quando perguntaram a ele porque continuava a pintar mesmo assim, tendo muitas dores, ele disse: “A dor passa, mas a beleza fica!”. 

Fazendo um paralelo com o âmbito profissional, o ato de ensinar é a busca pela completude. Conforme nos reporta Paulo Freire: “Nós somos seres inacabados. E o inacabamento faz com que precisamos do outro para sermos completos, em outras palavras, “acabados”. Dizia Guimarães Rosa: “Mestre não é aquele que ensina, mas, que de repente aprende”. Ensinar ou exercer uma profissão é um exercício da imortalidade. Paulo Freire, Guimarães Rosa e Renoir já faleceram. Mas, os seus preceitos, os seus ideais e as suas obras, de alguma forma, continuam vivas nos olhos daqueles que aprenderam a ver o mundo pela magia de suas palavras e/ou obras. O  profissional que se esforça em fazer a diferença no seu lócus de trabalho e de pesquisa não morre jamais. 

Dedico este texto a todos os profissionais que fazem e/ou fizeram a diferença, e em especial ao grande educador e filósofo Paulo Freire, que é, na minha concepção, foi, é e continuará sendo um exemplo de educador que fez/faz/fará a diferença no Brasil e no mundo. À você, querida Juvita Costa Rabelo, o meu carinho e a minha eterna gratidão. Quem conhece ou tem o privilégio de conhecer e de (con)viver com Juvita, uma senhora viúva, pioneira regular e que faz da sua prática diária alicerçada pelo afeto e pelo amor, se orgulha, assim com os discípulos de Renoir e apreciadores/as de sua obra se orgulhavam. Se Paulo Freire estivesse aqui diria que a Srª Juvita Costa Rabelo é uma cidadã que realmente faz a diferença, pois faz dos seus preceitos teóricos a sua práxis como cidadã disposta a ajudar o próximo. Que o seu legado pessoal de Juvita seja (re)conhecido por todos nós. Sabe por quê? A dor passa, mas a sua beleza Juvita fica!

Kleber Aparecido da Silva é professor Associado 3 dos Cursos de Letras e de Relações Internacionais da UnB. É Bolsista de Produtividade em Pesquisa pelo CNPq – 2ª