Aprendendo com a natureza
O Diário - 16 de outubro de 2024
Rosa Carneiro é empresária e presidente da Academia Barretense de Cultura
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O verde entrou para o currículo escolar. Aulas de literatura embaixo da sombra de uma árvore, matemática usada para medir canteiros e observação das folhas de uma planta para entender a biologia são exemplos práticos da união entre a escola e o meio ambiente. Apesar de novas, muitas experiências já foram bem sucedidas e estão mudando a cara do ensino convencional. Os alunos aprendendo a cuidar do verde deixam a escola mais bonita, agradável e alegre. As crianças podem fazer jardins e hortas com as próprias mãos, assim os estudantes começam a valorizar mais o espaço onde vivem a maior parte do tempo. Tudo ao ar livre desperta maior interesse. Laguinhos, bosques, gramados proporcionam bem-estar a todos. A observação, bem de pertinho, das flores ajuda os alunos a entenderem a polinização, a fertilização e a formação das sementes. Discussão de assuntos literários, criação de poesias e leitura de histórias em grupo ficam mais interessantes quando feitas ao ar livre, embaixo de uma árvore. O local é ideal para desenhar, esculpir e fotografar. Folhas, galhos e terra podem ser usados como material artístico.
O verde impressiona as crianças de um modo muito significativo e, muitas vezes, uma árvore acaba ganhando mais atenção delas do que os próprios brinquedos.
A necessidade de áreas verdes nas Metrópolis, onde as crianças possam brincar, é tão grande que não podemos desperdiçar qualquer área.
Para suprir essa falta de espaço, a solução mais adotada está sendo utilizar recursos de jardinagem e de paisagismo para tornar os pátios escolares – onde os pisos cimentados reinam absolutos- em ricas áreas verdes. Isso propicia para o aluno um contato direto com as plantas e abre um leque para atividades que aumentam o interesse e o respeito das crianças pelo meio ambiente.
Países como a Inglaterra são grandes incentivadores desses pátios verdes. É inegável que o contato com a natureza acalma pessoas de todas as idades, mas uma pesquisa feita na Suécia enumera os benefícios para os pequenos. O educador Patrick Grahn conta que durante um ano letivo foram testados a capacidade motora e o poder de concentração das crianças. Aquelas que tinham contado com o verde se mostraram mais calmas, concentradas, com habilidades motoras mais desenvolvidas. Já as que estudavam em locais áridos mostraram um sentimento de vazio, fadiga mental e estresse, que os levavam a conflitos entre colegas e ao corre-corre.
O trabalho com o verde não é uma disciplina, faz parte do dia a dia na escola e na vida da criança fora escola. Isso gera um comportamento de solidariedade pois, se cada um faz parte da natureza, também vai ter cuidado com o outro e consigo mesmo.
Portanto, educadores, pais, vamos aproveitar a linda natureza que Deus nos deu para incentivar nossas crianças para amar, conhecer e respeitar o meio ambiente. Não existe bem maior.