Bigbrotherização televisiva
kleber-aparecido-da-silva - 18 de janeiro de 2023

Kleber Aparecido da Silva - Professor Associado 2 do Programa de Pós-Graduação em Linguística da Universidade de Brasília, Brasil. Foi Visiting Scholar no Centro da Fundação Lemann no Departamento de Educação na Stanford University/California/Estados Unidos em 2022. É Bolsista de Produtividade em Pesquisa pelo CNPq
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Nesta semana iniciou no Brasil um reality show que certamente será assistido por milhões de brasileiros e criticado por alguns milhares de intelectuais. Minha intenção não é julgar muito menos criticar o cidadão brasileiro que assistir o referido programa. Cada pessoa têm o livre arbítrio para fazer as suas próprias escolhas.
Me questiono caro(a) leitor(a) do Jornal O Diário de Barretos: Quais saberes estão sendo legitimados pela mídia televisiva no Brasil? Na segunda quinzena de janeiro de 2023 o saber legitimado pelos veículos de comunicação tem sido os episódios que são vivenciados por brasileiros e por brasileiras que têm e que mantêm o ideal de ganharem um valor financeiro (um prêmio) que, se fosse um cidadão brasileiro assalariado jamais conquistaria pelo labor e esforços empreendidos pelos resto de suas vidas. O que me surpreende como leitor e como educador é a avalanche de informações que são vinculadas nas mídias sobre este assunto e sobre este reality show. Defendo veementemente que a mídia televisiva deveria valorizar outros saberes, que são (re) construídos em nossa sociedade, e que infelizmente, continuam marginalizados/invisibilizados. Os saberes que são genuinamente culturais, e que refletem e (inter) faceiam a sociedade brasileira aparecem na mídia televisiva representados na acepção de um informe curto ou numa linguagem mais simples na forma de um pequeno apetrecho/acessório. Por quê?
A meu ver, precisamos de (re) pensar mecanismos de resgatarmos a nossa própria cultura e fazermos que a mesma interfaceie o âmbito/esfera televisiva. Pois conforme dizia o grande educador Paulo Freire: Não há saber melhor, nem saber pior. O que há são saberes diferentes. Que os saberes relacionados à educação crítica-cidada sejam a mola propulsora para o desenvolvimento de outros saberes. Quando isto for feito no Brasil deixaremos de ser atores coadjuvantes e passaremos a ser atores protagonistas no (re) agir de forma crítica, reflexiva e emancipatória.
Kleber Aparecido da Silva - Professor Associado 2 do Programa de Pós-Graduação em Linguística da Universidade de Brasília, Brasil. Foi Visiting Scholar no Centro da Fundação Lemann no Departamento de Educação na Stanford University/California/Estados Unidos em 2022. É Bolsista de Produtividade em Pesquisa pelo CNPq