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Gênero neutro

rogerio-ferreira-da-silva - 26 de junho de 2022

Gênero neutro

Rogério Ferreira da Silva é cirurgião-dentista

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Essa historinha de gênero neutro tem cansado a minha beleza. Dias atrás recebi um texto da professora Vivian Cabrelli Mansano que explicita o que penso e que divido com vocês, diz ela assim: “Não sou homofóbica, transfóbica, gordofóbica. Sou professora de português e estava explicando um conceito de português e fui chamada de desrespeitosa por isso (ué). Eu estava explicando por que não faz diferença nenhuma mudar a vogal temática de substantivos e adjetivos pra ser “neutre”. Em português, a vogal temática na maioria das vezes não define gênero. Gênero é definido pelo artigo que acompanha a palavra. Vou mostrar pra vocês: O motorista, termina em A e não é feminino. A ação, depressão, impressão, ficção são palavras que terminam em ção e são femininas, embora terminem com O. Boa parte dos adjetivos da língua portuguesa poder ser tanto masculinos quanto femininos, independentemente da letra final. Feliz, triste, alerta, inteligente, emocionante, livre, doente, especial, agradável, etc. Terminar uma palavra com E não faz com que ela seja neutra. A alface, termina com E e é feminino. O elefante termina com E e é masculino. Como o gênero em português é determinado muito mais pelos artigos do que pelas vogais temáticas, se vocês querem uma língua neutra, precisam criar um artigo neutro e não encher um texto de X, @, E. E mesmo que fosse o caso, o português não aceita gênero neutro. Vocês teriam que mudar o idioma inteiro para combater o “preconceito”. Meu conselho é que ao invés de insistir tanto na coisa do gênero, entendam de uma vez por todas que gênero não existe, é uma coisa socialmente construída. O que existe é sexo. Entendam, em segundo lugar, que gênero linguístico, gênero literário, gênero musical são coisas totalmente diferentes de “gênero”. Não faz absolutamente diferença nenhuma mudar gêneros de palavras. Isso não torna o mundo mais acolhedor. E entendam, em terceiro lugar que vocês podiam tirar o dedo do teclado e parar de abobrinha, e se engajar em algo que realmente fizesse a diferença ao invés de ficar arrumando pano pra a manga pra discutir coisas sem sentido.”