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O mal do século: saiba como identificá-lo em crianças e adolescentes 

O Diário - 21 de junho de 2022

O mal do século: saiba como identificá-lo em crianças e adolescentes 

Ana Paula Macedo de Paula, estudante do 7º período do curso de medicina da FACISB, orientada pela profª Md. Bárbara Sgavioli Massucato

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É fato que discussões sobre depressão ganharam espaço na sociedade por ser considerada o “mal do século XXI”, porém ainda se faz necessário desmistificar a depressão em crianças e adolescentes. Frequentemente esses casos são subdiagnosticados ou até mesmo não recebem tratamento, além de causar inúmeros prejuízos ao paciente e propender a agravar e se cronificar. O quadro pode se iniciar em qualquer idade e apresenta sintomas variados de acordo com o estágio de desenvolvimento. Vale lembrar que a taxa de incidência é a mesma para os dois gêneros na infância, porém para os adolescentes esse número é maior sobre o sexo feminino.    

Esta comorbidade está intimamente ligada ao histórico familiar e pessoal de comorbidades psiquiátricas, como depressão, ansiedade e transtorno do déficit de atenção e hiperatividade. Baixa autoestima, traumas, violências e bullying também podem predispor o quadro depressivo. Os principais sintomas são a irritabilidade, a tristeza persistente e a perda de interesse nas atividades diárias. Também podemos identificar alterações do sono, dificuldade de concentração e nos relacionamentos, alterações de apetite, além de ideias de culpa, remorso e desvalia. Casos mais graves podem cursar com ideação suicida. Vale ressaltar que o suicídio é uma das principais causas de morte entre adolescentes. Os dados revelam que até 60% dos jovens deprimidos já tiveram pensamentos suicidas e 30% de fato tentam suicídio.    

Dessa forma, é necessário manter um olhar atento aos sinais como queda no rendimento acadêmico, ausências escolares e isolamento social. O surgimento de reclamações constantes, mudança no padrão do sono e uso de substâncias psicoativas podem ser um sinal de alerta. O médico deverá ser procurado sempre, visto que há muitos subtipos de depressão classificados de acordo com a gravidade, prejuízo funcional ou pela presença de outros sintomas psiquiátricos. Assim sendo, cada paciente receberá um cuidado especifico a fim de reduzir os sintomas ao mínimo, encurtar e tratar o episódio depressivo e prevenir recorrências.