Utilização da toxina botulínica para fins não estéticos
O Diário - 20 de outubro de 2024
Beatriz Trassi Ribeiro, estudante do 6º período do curso de Medicina da FACISB, orientada pelo prof. Bruno Augusto Alvares
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A toxina botulínica, conhecida popularmente como “Botox”, é uma neurotoxina produzida pela bactéria Clostridium botulinum. Sua função é interferir na comunicação entre nervos e músculos, bloqueando a liberação de um neurotransmissor chamado acetilcolina, o qual é essencial para que a contração muscular ocorra de forma eficaz. Isso leva à paralisia temporária dos músculos na área onde a toxina é colocada. As aplicações da toxina botulínica de caráter estético são amplamente conhecidas, contudo seu uso não estético é, por muitas vezes, desconhecido. O tratamento de condições médicas, tais como paralisia facial, hiperidrose e bruxismo, com toxina botulínica são seguras e garantem um ótimo desfecho aos pacientes.
Na paralisia facial, os músculos da face perdem parcial ou completamente a capacidade de se mover devido a um acometimento neural. A hiperidrose, ou suor excessivo, pode ocorrer em várias áreas do corpo, como mãos e axilas, interferindo nas atividades diárias e causando situações desconfortáveis. Já o bruxismo é o ato involuntário de ranger os dentes, geralmente durante o sono, causando dores musculares no rosto, na cabeça e, em episódios mais raros, disfunção temporomandibular. A aplicação da toxina botulínica para tratamento desses casos específicos tem como função, respectivamente, corrigir o desequilíbrio muscular e aliviar espasmos musculares incômodos, reduzir a quantidade de suor produzido a partir do bloqueio neural das glândulas sudoríparas, e reduzir dores e tensões associadas à atividade muscular no bruxismo, assim como proteger dentes e articulações. Em todas essas circunstâncias, a melhora da qualidade de vida do paciente é inegável, devolvendo-o a autoestima e a segurança para convivência social.
Vale ressaltar que procedimentos com toxina botulínica, sejam eles estéticos ou não estéticos, devem ser realizados por profissionais médicos capacitados, para que haja prevenção de complicações e manejo adequado de possíveis efeitos adversos.
Beatriz Trassi Ribeiro, estudante do 6º período do curso de Medicina da FACISB, orientada pelo prof. Bruno Augusto Alvares