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1925: 100 anos da revolta de Philogônio (Parte V)

O Diário - 12 de agosto de 2025

1925: 100 anos da revolta de Philogônio (Parte V)

KARLA ARMANI MEDEIROS, historiadora e ocupante da cadeira 7 da ABC – www.karlaarmani.blogspot.com / @profkarlaarmani 

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Philó conseguiu fugir e, junto com alguns de seus homens, encontrou a Coluna Prestes em Goiás, próximo a Jataí, em 4 de julho de 1925. Depois disso, com a Coluna, seguiu rumo ao Paraguai levando uma carta a Isidoro Dias, encontrando-o em Assunção. Posteriormente, Philó viveu difíceis passagens junto à Coluna Prestes no Brasil, especialmente no Mato Grosso. Sobre a apresentação de Philogônio à coluna, escreveu o secretário de campanha e historiador oficial da Coluna Prestes, Lourenço Moreira Lima: “No dia 2 ou 4 de julho, apresentou- -se o coronel Philôgonio de Carvalho, que fizera o levante de Barretos, em S. Paulo, e que teve a infelicidade de ver a sua tropa inteiramente batida pelas numerosas forças inimigas que o perseguiram e fuzilaram todos os revolucionários aprisionados, mais de cem homens! Eram essas as forças que o bernardismo escolhia para nos dar combate.” (LIMA, 1934, p. 168).

Enquanto isso, do outro lado, Barretos recebia pelotões do Exército que desciam na estação ferroviária com a intenção de encontrar os revoltosos e instituir estado de ordem após a revolta. Em 7 de julho de 1925, o tenente Tancredo Fernandes de Mello, do 9º Batalhão de Infantaria de Pelotas (RS), assinou o livro de visitantes da Santa Casa, exemplificando que enquanto Philó já estava na Coluna Prestes a cidade permanecia guarnecida por militares. Dois anos depois, em 1927, com o fim da coluna, Philogônio voltou para Barretos como comerciante, mas logo retornou ao Mato Grosso, tornando-se lá garimpeiro. Nesta atividade, faleceu em 1928, durante um mergulho no rio em busca de diamantes. 

Já em Barretos, a situação política continuou entre as tensões de Antônio Olympio e Riolando Prado, sendo que este último, líder do Partido Popular, foi eleito prefeito em 1926, inaugurando uma nova fase política na cidade. Cidade essa que se viu sacudida pelo tenentismo, depois pelos pelotões de militares e pelas mudanças de seus líderes políticos. Tudo isso em poucos e intensos anos, os loucos anos 1920, e graças aos planos ousados de Philogônio Teodoro de Carvalho, o nosso revolucionário de botas e chapéu. [fim].