Na terra em que a imprensa nasceu antes mesmo da chegada do trem e do Paço Municipal, não é surpresa o sucesso de um jornal diário há 53 anos. Isso é tão verdade que foi o primeiro jornal barretense, que levava o propício nome de O Sertanejo, quem noticiou a vinda das instituições, tecnologias e conquistas suadas a este sertão.

O barretense sempre gostou de jornais, e está acostumado com eles. Afinal, Barretos tem 167 anos de fundação e 122 de imprensa. E, destes, 53 anos que o jornal fundado por João Monteiro de Barros Filho e Joel Waldo Dal Moro chega às nossas casas. Dois jovens, que trabalhavam juntos desde 1955 com a criação da Reportagem Que Não Para, noticiando os acontecimentos em tempo real pelo rádio.

Antes de O Diário se desafiar em manter um jornal cotidiano na cidade, Barretos teve dezenas de periódicos, muitos ainda do tempo das tipografias e vários consignados à política partidária de épocas difíceis. Poucos, talvez dois ou três, se arriscaram em manter um jornal diário em funcionamento (e foi por pouco tempo). Por isso, O Diário anunciava-se como uma novidade na região, rodado pelo sistema linotipo, possuía uma formatação diferenciada das antigas folhas.

Daquele jornal de 1969 surgiram projetos, diplomas e premiações à comunidade barretense. Desde então, o jornal não retrata só fatos, mas evidencia pessoas, experiências e legados. O jornal publica notícias boas e pesadas, registra saudades e anuncia conquistas. O jornal cobra, mostra a cara, evidencia opiniões, modera quando é preciso e provoca. O jornal escreve editoriais diariamente, alguns com dados e números e outros em formato de crônica ou até discursos (vide os editoriais assinados por Monteiro filho nos anos 1970), sempre na intenção de informar (e provocar, é claro).

Se os 53 anos de O Diário revelam sua tradição, a insistência em manter-se firme traduz a sua modernidade. 1º de abril sempre será lembrado como "no Dia da Mentira, uma grande verdade".