“No Dia da Mentira, uma grande verdade”.

Hoje é o dia de reviver essa frase, afinal foi com ela que o jornal “O Diário” estampou a sua primeira edição, há exatos 56 anos. Num tom de bom humor, associado à gravura do menino jornaleiro, O Diário em sua primeira capa elencou a “verdade” como slogan. Décadas depois, aqui se encontra o mesmo jornal, ainda dirigido pela mesma família – em sua terceira geração, atualizando o lema: “Verdade, Respeito e Tolerância”.

Hoje é dia oportuno de voltar ao passado e se perguntar como era Barretos em 1969, quando essa folha foi fundada. João Monteiro de Barros Filho e Joel Waldo Dal Moro, fundadores de O Diário, quando lançaram o jornal trouxeram grande novidade à cidade e região, afinal a experiência diária de um periódico havia acontecido vezes pontuais em Barretos. Publicar um jornal diário não era tarefa fácil, principalmente em termos de estrutura, mas ambos fundadores vinham de importante experiência de comunicação em rádio e sabiam do potencial dessa área na cidade. 

No meio da década de 1960, Barretos tinha em seu município mais de 58 mil habitantes, sendo população urbana mais de 45 mil pessoas e 20 mil no campo.  O indicativo de maior população urbana evidenciava que o processo de urbanização se consolidava, mesmo a pecuária sendo a atividade de maior importância na cidade (propulsando a indústria da frigorificação, inclusive). Havia três hospitais, duas rodovias, estradas municipais e ligação ferroviária. Existiam três igrejas matrizes, 14 templos católicos, dez protestantes e diz espíritas. De aparelhos telefônicos, contabilizavam-se mais de dois mil instalados. A praça estava reformada e o ensino universitário inaugurado. 

Foi nesse panorama, contexto e perspectiva que Monteiro Filho e Joel Waldo publicaram pela primeira vez o jornal, e de lá para cá o periódico se reinventou a cada mudança de fase, tamanho e mentalidade da própria cidade. É por isso que na história contemporânea de Barretos, tem o jornal O Diário o seu lugar cativo. Viva a imprensa!