Esqueci minha senha
Taunay, o patrono da biblioteca – Parte I

karla-armani-medeiros - 13 de junho de 2023

Taunay, o patrono da biblioteca – Parte I

PROFª ESP. KARLA ARMANI MEDEIROS, historiadora, professora de História e titular da cadeira 7 da ABC – www.karlaarmani.blogspot.com / @profkarlaarmani

Compartilhar


Quando criança, sempre achei divertido falar o nome da biblioteca municipal: Afonso d’Escragnolle Taunay. Assim como todo mundo, eu dizia o Taunay com “a” aberto, aportuguesando o sobrenome francês de tão distinto patrono. Sobrenome, inclusive, originado de seu bisavô, o pintor neoclássicoa Nicolas Antoine Taunay, presente nos anais da história brasileira desde a Missão Artística Francesa vinda ao Brasil em 1816; expedição que acompanhava a princesa Leopoldina. Jamais imaginava que se tratava de alguém considerado tão ilustre por, dentre tantos feitos, ter sido diretor do Museu Paulista por quase 30 anos e autor da importante obra “História Geral das Bandeiras Paulistas”, fasciculada em 11 volumes escritos durante 26 anos (obra até hoje usada como fonte fecunda a historiadores por conta da narrativa da época e da profusão de documentos ali citados). Seu pai, o visconde de Taunay, Alfredo d’Escragnolle Taunay, como engenheiro militar da Guerra do Paraguai, escreveu a obra “La Retraite de Laguna” em 1871; livro também essencial à história nacional.

Sem romantizar a figura de Afonso d’E. Taunay, apenas focando na importância de sua obra como historiador, é notório o quão acertada foi a decisão da escolha de seu nome como patrono, que, aliás, se perdura até hoje. É válido dizer que essa decisão partiu da ACIB, visto que a atual biblioteca municipal se originou da biblioteca que a Associação Comercial, Industrial e Rural de Barretos (nome da época) inaugurou em 1º de fevereiro de 1944. Foi Osório Rocha, como diretor, quem começou a organização da biblioteca em novembro de 1941 e a escolha do patrono veio em 1943, na gestão do presidente Gastão de Castro Leite. 

Taunay era esperado para vir à inauguração e palestrar aos barretenses, no entanto, sabe-se que a instalação da biblioteca ocorreu de forma simples e sem a presença dele. Com a ressalva, porém, de que ele aceitou ser o patrono da biblioteca barretense e que enviaria obras para o seu acervo que se avolumava. [continua].