Viralizaram nos últimos dias diversos vídeos de uma senhora italiana alertando, aos gritos de “Attenzione Pickpocket!”, moradores e turistas em Veneza, na Itália, sobre a presença de batedores de carteira, chamados de “Pickpockets”, nos arredores. Os vídeos, com milhões de visualizações e compartilhamentos, ganharam o mundo e jogaram luz sobre um problema antigo nos grandes centros turísticos da Europa.

Ainda que no velho continente seja incomum a criminalidade violenta, os hábeis batedores de carteira podem causar grandes transtornos aos turistas mais desavisados, que em uma fração de segundo, muitas vezes sem se dar conta imediatamente, podem ter suas carteiras, passaportes, e celulares subtraídos por estes criminosos. Daí a importância de, ao viajar para países mais desenvolvidos, não “baixar totalmente a guarda”, e se manter sempre atento aos pertences pessoais, e, se possível, trancar bolsas e mochilas com cadeados de viagem, para evitar esses pequenos crimes.

No Brasil esse tipo de furto tende a ocorrer principalmente em grandes aglomerações – como por exemplo no carnaval ou na festa do peão –, ao passo que os criminosos respondem pelo crime de furto qualificado, com pena de 2 a 8 anos de prisão e multa.

Interessante destacar que no Brasil o Código de Processo Penal prevê que “qualquer do povo poderá e as autoridades policiais e seus agentes deverão prender quem quer que seja encontrado em flagrante delito”. Ou seja, a lei processual penal permite que qualquer pessoa “prenda” o batedor de carteira flagrado praticando o crime, e o entregue à autoridade policial.

Todavia, ainda que em tese essa prisão seja possível e legal, é prudente evitar se colocar nessa situação, diante dos evidentes riscos pessoais, e acionar as forças de segurança quando presenciar esse tipo de crime, ou, como no caso da senhora italiana, alertar as pessoas ao redor para redobrarem a atenção.

DANILO PIMENTA SERRANO É ADVOGADO E PROFESSOR UNIVERSITÁRIO