Aos 39 anos, profissional que não queria ser mãe descobre, com o nascimento do filho, amor transformador

Durante décadas, Aline Aparecida Camilo Montes, 39 anos, teve certeza de uma coisa: não queria ser mãe. A perda precoce da própria mãe, quando ela tinha apenas seis anos, alimentava esse sentimento. “Eu achava que, por não ter tido mãe por muito tempo, não saberia ser uma”, conta.

Casada há mais de 10 anos, ela sempre foi clara: maternidade não estava nos planos. Mas algo mudou quando nasceu sua sobrinha. Aline conta que sentiu pela primeira vez um desejo genuíno de cuidar e educar uma criança. “Foi aí que esse sentimento começou a brotar.” Ainda assim, o casal adiou a decisão. Vieram outras prioridades, mudanças de cidade, pandemia, incertezas.

Somente em 2022 decidiram tentar. Seis meses depois, no momento em que pensava em desistir, a gravidez aconteceu. Miguel nasceu em dezembro de 2023. Aline conta que foi uma gestação tranquila e muito feliz. Mas a maior surpresa veio depois: em 2024, ela sofreu um AVC isquêmico e descobriu uma má formação grave nas carótidas — condição silenciosa que poderia ter causado um acidente vascular ainda na gestação. “Deus nos guardou. Miguel foi meu milagre. Ele me salvou, mesmo antes de saber.”

Hoje, ela afirma que a maternidade a transformou por completo. “Descobri um amor que não sabia que existia. Não fui eu quem deu à luz o Miguel, foi ele quem me salvou. Não me lembro mais como era a vida antes dele. Foi a melhor escolha que fiz.”