Existem certos caminhos na História que talvez apenas o destino possa explicar. Predestinação, genética ou criação, é interessante como a família Prata, fundadora do Hospital de Amor, mantém em sua genealogia o envolvimento com a saúde pública há gerações. Essa afirmação não se restringe a Barretos, mas sim a quase todas as regiões do território nacional, onde atualmente se estende unidades do Hospital de Amor.

Existem, porém, dois lugares que são o “início, o fim e o meio” de todo esse complexo hospitalar: os estados de Sergipe e São Paulo.  Conhecemos a história de que o Hospital de Câncer e a Fundação Pio XII foram fundados pelo casal de médicos drs. Paulo e Scylla Prata em Barretos nos anos 1960. Ocorre que ao conhecer a formação humanista do dr. Paulo, chega-se ao seu pai, o médico e escritor dr. Ranulpho Prata.

Sergipano, nascido em Lagarto, o dr. Ranulpho Prata era radiologista formado pela Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro, em 1920, e responsável pela implantação daquela especialidade em hospitais em Aracaju/SE, Santos/SP e outros. Além disso, é considerado um dos principais autores de Sergipe e reconhecido escritor modernista brasileiro (sobre sua obra, pretendo escrever outros textos a você, caro leitor, valerá à pena). Voltando ainda mais no tempo e conhecendo a genealogia de Ranulpho, chegamos a personagens interessantes e atuantes na saúde em Sergipe, como a sua mãe, Anna Hora Prata, que, como cofundadora do Hospital Bom Jesus em Simão Dias/SE no ano de 1919, muito contribuiu à saúde no interior do agreste. 

Tocante, essa genealogia justificou e consolidou ainda mais a expansão do Hospital de Amor rumo ao nordeste, berço de sua família fundadora. Como um retorno aos tempos idos e reverência aos seus antepassados, o presidente da Fundação Pio XII, sr. Henrique Prata, atua em Lagarto promovendo saúde pública desde 2017 com a inauguração do Instituto de Prevenção “Anna Hora Prata”. Em continuidade, no final deste mês de maio, o Hospital de Amor anuncia a inauguração do Hospital Interestadual de Lagarto, mais uma unidade especializada em Oncologia. 

Com o retorno dos Prata ao nordeste, quem ganha é a saúde pública brasileira.