Esqueci minha senha
Fusca guinchado é levado para sucata

Sandra Moreno - 5 de junho de 2025

Fusca guinchado é levado para sucata

PAIXÃO: Carro levado para reciclagem deixa saudades. Na foto Valéria e Edivaldo com o cão de estimação que brincava no veículo

Compartilhar


Imagem de Fusca recolhido por guincho viralizou nas redes sociais de O Diário e gerou centenas de comentários

Por mais que parecesse apenas um carro velho estacionado na calçada da avenida 51, no bairro Marília, o Fusca 1976 branco de Edivaldo Alves Pinto, 35 anos, carregava muito mais do que ferrugem e problemas mecânicos. Carregava um sonho.

Motorista de guincho, Edivaldo comprou o veículo há cerca de seis meses em Minas Gerais. Pagou R$ 900, com a intenção de transformá-lo em um carro esportivo, rebaixado e com a porta que abria ao contrário — um detalhe raro para quem admira o modelo. “Era meu sonho. Já tinha tido um Fusca antes, mas queria um diferente. Esse tinha a suspensão feita, mas faltava o motor”, lembra ele. No entanto, entre motor, documentação e outros reparos, os custos logo superaram o valor pago. Sem condições de arcar com tudo, o carro permaneceu por meses estacionado em frente à casa da família. “Eu tentava ajeitar, mas não dava. E aí veio a enchente deste ano, arrastou ele até o portão da vizinha. Estragou ainda mais e começou a incomodar todo mundo e a gente também”, conta.

Foi quando Edivaldo, decidiu entregar o Fusca para a reciclagem. Um caminhão-guincho veio buscar o carro, e o vídeo da remoção nas redes sociais de O Diário viralizou. Até as 17h de quarta-feira (04) o Instagran de O Diário registrava 2,7 milhões de visualizações da postagem.    “Levaram o bichinho. Não tinha outro jeito. Fiquei triste, mas não dava mais”, confessa. A esposa, Valéria Alves Viola, 28 anos, também sofreu com a partida. “Quando ele me chamou pra ver o guincho chegando, fiquei quietinha no canto, olhando. O cachorro da gente, o Adão,  era apegado ao carro. Ficava sentado no banco dele, era passatempo dele”, relata. 

Hoje, o banco do Fusca está na sala da casa. É a única lembrança física do carro.  “Esse não deu certo, mas Deus vai mandar outro. Um que funcione, sem incomodar ninguém”, diz Edivaldo, que ainda acredita que terá o Fusquinha ideal, rebaixado, com portas invertidas — e dessa vez, rodando. Apesar do apego, a decisão teve fundo de responsabilidade social. Carros abandonados podem acumular água parada, atrair vetores da dengue, causar transtornos no trânsito e gerar reclamações de vizinhos. Por isso, em Barretos, há legislação específica sobre o tema. A Lei Municipal nº 5.462, de 31 de outubro de 2017, determina que:

“Caberá ao Órgão Executivo de Trânsito do Município gerenciar, controlar e executar as atividades de trânsito em todo o território municipal e adotar as medidas necessárias para a implementação dos serviços de remoção em diversas situações citadas na lei, entre elas a de veículos abandonados em via pública, ficando o proprietário passível das penalidades”.