Barretos perde médica Scylla Prata, fundadora do Hospital de Amor
luis.martins - 15 de junho de 2025

Dra. Scylla Prata tinha 101 anos e sepultamento ocorre neste domingo (15)
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A médica Scylla Duarte Prata morreu na noite de sábado (14), em Barretos. Ela tinha 101 anos e era fundadora do hoje Hospital de Amor de Barretos, ao lado do marido, o também médico Paula Prata.
A família informou que o velório aconteceu neste domingo (15), na Capela Sagrado Coração de Jesus (próximo ao Hospital de Amor) e o sepultamento foi marcado para as 15 horas, no próprio Hospital, junto do seu esposo Paulo Prata.
MANIFESTAÇÕES
A Prefeitura de Barretos decretou luto oficial pelo falecimento da dra. Syclla e a Câmara de Vereadores divulgou nota de pesar, a exemplo da Associação Comercial e Industrial de Barretos (ACIB).
O Grupo Monteiro de Barros expressou suas condolências à família Duarte Prata, amigos e admiradores da médica, destacando a trajetória comunitária e profissional da médica.
RECONHECIMENTO
A dra. Scylla Duarte Prata foi homenageada com o diploma Gente que é Notícia em 1981 e também com o Troféu Dom José de Mattos em 2014, ambos outorgados pelo Grupo Monteiro de Barros em reconhecimento à atuação da fundadora do Hospital de Amor de Barretos.
TRAJETÓRIA
Dra. Scylla Duarte Prata é filha de Antenor Duarte Villela e Ruth Vieira Villela. A médica nasceu em 23 de novembro de 1923 na cidade de Sacramento (MG), a 200 km de Barretos. Mas é praticamente barretense, pois ainda criança já estava na cidade.
Teve cinco filhos (Cristina Duarte Prata - em memória, Paulo Duarte Prata, Henrique Duarte Prata, Clarice Duarte Prata e Beatriz Duarte Prata), além de vários netos e bisnetos.
Dra. Scylla e seu marido, dr. Paulo Prata, se conheceram na Faculdade de Medicina da USP Pinheiros, na década de 1940, durante uma prova oral que existia no vestibular. A amizade entre eles começou no início da faculdade e, no 3º ano do curso, ficaram noivos. Antes de se formarem, no 5º ano, já estavam casados.
A dra. Scylla sempre foi estudiosa. Nem tinha cinco anos e já dizia que ia ser médica. Depois de terminar o ginásio, assustou as irmãs ao dizer que ia fazer Medicina, uma profissão que ainda causava estranhamento quando exercida por mulheres, em especial, nas cidades do interior. E foi para São Paulo para estudar.
Os colegas a reconhecem como uma ginecologista e obstetra à frente de seu tempo. Nutria grande interesse por novas técnicas, cirurgias e procedimentos com imagem, ajudando a trazer para o Brasil a colposcopia e práticas de Papanicolaou dos Estados Unidos.
Desde jovem, foi popular e entusiasmada. Dra. Scylla é lembrada por agregar as pessoas, desde os grupos de escola até os grandes almoços semanais de família, anos depois. A mesma força agregadora foi fundamental para a sua administração na Fundação Pio XII. Segundo ela, “não existe nenhuma outra profissão de doação total ao outro como a profissão médica”.