Um barretense levou susto ao observar que foram instalados 12 radares no trecho de 90 km entre Barretos e Rio Preto. Outro ficou ainda mais assustado com a sinalização, numa ausência plena de lógica de segurança, valendo ora 100 ora 40, inclusive em pista duplicada.

A primeira observação prática é a “fome de receita” dominando o procedimento. Não se trata de segurança de trânsito, mas uma fonte arrecadadora avassaladora. Se existe um estudo técnico para cada rodovia ou o critério é para qualquer traçado, visibilidade ou dinâmica de circulação, nada tem sido divulgado oficialmente.

Tudo hoje exige transparência. Não deve ser diferente em relação aos “radares” nas estradas da região. A informação sobre qual quilometro registra maior volume de infração, total arrecadado e procedimentos técnicos para elevar a “segurança” no trecho estão no esboço de legitimidade democrática e defesa do bem comum.

Uma questão política também em oportuna. O papel do parlamento estadual e municipal no procedimento administrativo do executivo. Nada pode ser feito sem a devida previsão legal. Os deputados devem ter acesso ao volume arrecadado, os pontos cruciais e a destinação dos recursos obtidos.

Outra questão prática é a substituição do aparato policial rodoviário pelos radares instalados. Se a justificativa é de aumento da segurança, será sempre demagógica sem uma transparência séria, constante e assertiva.