Tosse com pigarro, cansaço e noites mal dormidas: podem não ser só da idade!
O Diário - 28 de junho de 2025

Luiza Calderelli Raposo, estudante do 5º período do curso de Medicina da Facisb sob orientação da profª Ludmila Pereira Barbosa dos Santos Carvalho
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Você acorda com pigarro? Sente falta de ar com facilidade? Dorme mal e já se levanta cansado? Esses sinais, tão comuns entre idosos, fumantes e ex-fumantes, são frequentemente ignorados, atribuídos ao tempo, ao cigarro de décadas atrás ou ao envelhecimento. Mas, na verdade, podem indicar algo mais sério: a DPOC, Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica.
A DPOC afeta principalmente quem teve contato por anos com cigarro, fumaça de lenha ou poeira. Ela começa de forma silenciosa: uma tosse que vai e vem, um cansaço ao subir escadas, falta de ar que antes não existia. Com o tempo, o esforço para respirar aumenta progressivamente, sem que a pessoa perceba que está doente.
E o que poucos sabem: a DPOC também ataca durante a noite, mesmo quando não há esforço, nem estímulos que justifiquem a falta de ar ou a tosse. Estudos mostram que quem possui DPOC tem sono mais leve, acorda várias vezes e já se levanta cansado. Isso não é só consequência de uma noite mal dormida: pode ser o primeiro sinal de que a DPOC está se agravando, muitas vezes antes mesmo da piora mais evidente na falta de ar ou na tosse. Isso acontece porque, durante a noite, há queda na oxigenação e aumento da inflamação no corpo, comprometendo a recuperação pulmonar.
Dormir mal não é inofensivo: a privação de sono aumenta a inflamação, eleva o risco de infecções, piora quadros de ansiedade e favorece crises respiratórias. Pesquisas recentes mostram que pacientes com insônia têm mais chances de serem internados por exacerbação da DPOC, mesmo quando ela parecia estar “sob controle”.
A boa notícia é que há o que fazer: pacientes com hábitos saudáveis, como manter horários regulares para dormir, praticar atividade física leve, parar de fumar e cuidar da alimentação, vivem melhor, têm menos sintomas e menos crises.
A tosse persistente, cansaço e sono ruim não são coisas normais da idade. São sinais de alerta. Quanto antes a DPOC for identificada, mais fácil é controlar os sintomas e evitar que a doença avance. Se você convive com esses sintomas, procure assistência médica. Ouça o seu corpo: ele fala- mesmo quando parece estar apenas sussurrando.