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Se fazer próximo de quem está longe

Diocese de Barretos - 25 de julho de 2025

Se fazer próximo de quem está longe

Se fazer próximo de quem está longe

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Por Padre Pedro Lopes - Vigário Paroquial São Miguel Arcanjo – Miguelópolis-SP

Ainda reverbera em nosso coração o Evangelho do Bom Samaritano que ouvimos nestes dias, no qual Jesus nos alertava sobre a importância da proximidade e nos mostrava quem é, de fato, o nosso próximo. Um grande desafio, pois cada vez mais estamos distantes de quem está perto e falsamente próximos de quem está longe, dado o crescimento do uso das redes sociais. Quando falamos de proximidade, falamos de relação e de relacionamento. Para ter relações saudáveis, é necessário ter vínculo, convivência, presença real. E como isso tem sido difícil para nós, em uma sociedade que cada vez ouve menos, que cada vez menos se dispõe a escutar o outro. É um desafio muito grande, caro leitor. Jesus nos lembra que a proximidade está ligada à compaixão. Mas é importante entendermos bem o princípio da compaixão: trata-se de um sentimento visceral, que brota de dentro, e que, na Sagrada Escritura, diz respeito a algo puramente divino. Falta-nos compaixão. E compaixão não tem nada a ver com uma caridade eventual ou pontual, mas com um estado de espírito, uma meta de vida. Algo que deveríamos buscar todos os dias. O que também chama atenção naquele Evangelho é que o cuidado e o carinho vêm de quem ninguém esperava — e, convenhamos, isso não é novidade: certas bondades vêm justamente de quem menos imaginamos. O samaritano, que chamamos de "bom", olhou e viu uma pessoa em sua inteireza, na sua totalidade. Já o sacerdote e o levita viram, ou pior, se esconderam por trás de uma falsa religiosidade que facilmente os condenaria. Olhando para nossa realidade, nos perguntamos: quantas vezes tivemos a oportunidade de ajudar alguém e não ajudamos? Quantas vezes deveríamos, mas não fizemos? Se pararmos para pensar, estamos a passos lentíssimos nesse caminho da compaixão. Gosto de lembrar que uma das maiores e melhores formas de compaixão, praticada de maneira concreta, é a amizade. Ela nos aproxima, nos cura, nos faz bem e, por consequência, nos aproxima de Deus. É uma das formas mais genuínas de amor, porque é leve e curadora. Afirmo com toda certeza: ter amigos é uma das melhores coisas do mundo. Mas vou além: e o quanto somos amigos de Jesus? O quanto nos aproximamos d’Ele com o coração aberto? O quanto somos capazes de entregar a Ele o nosso coração? A boa notícia, que nos enche de esperança, é que o coração de Jesus é muito grande — e nele cabe cada um de nós. Que tenhamos sempre compaixão em nossa vida, e nos façamos sempre mais próximos uns dos outros.