O direito de planejar
O Diário - 31 de julho de 2025

Helena Marques e Silva, estudante do 7º período do curso de Medicina da FACISB, orientada pela profª Vânia Soares de Oliveira e Almeida Pinto
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Ter filhos ou não ter? Quando? Quantos? Essas decisões fazem parte do que chamamos de planejamento familiar, um direito garantido por lei, no Brasil. No entanto, para muitas pessoas, especialmente mulheres, essa escolha ainda é limitada, seja pela desinformação, pelas dificuldades de acesso aos métodos ou pela presença de julgamentos morais.
O Sistema Único de Saúde (SUS) oferece diversos métodos contraceptivos, como preservativos, pílulas, injetáveis, DIU e implantes. Disponibiliza também métodos definitivos como: laqueadura e vasectomia. Vale ressaltar que alguns métodos necessitam de conhecimentos específicos para seu manejo e muitas vezes, faltam profissionais capacitados para auxiliar pessoas na escolha do método mais adequado a cada caso.
Além disso, ainda existe a ideia de que planejamento familiar é “coisa de mulher” e que não deve ser discutido fora da família, quando, na verdade, a responsabilidade deve ser compartilhada e as decisões precisam ser tomadas embasadas em informações corretas.
Assim, é necessário um esforço conjunto entre profissionais de saúde e gestores. Cabe ao profissional da saúde ouvir sem julgamentos, orientar de forma compreensível, oferecer os métodos disponíveis e respeitar a escolha do paciente. Os gestores do SUS devem disponibilizar os contraceptivos previstos pela lei e capacitar os profissionais para que atendam à demanda da população.
Dessa forma, é possível construir um ambiente favorável à autonomia das pessoas, aspecto chave do planejamento familiar. O indivíduo, seja homem ou mulher em idade fértil, deve entender que é possível gerenciar seu planejamento reprodutivo além disso, deve desempenhar esse gerenciamento para interesse próprio. Para exercer esse direito, a população tem que ser informada a respeito de suas opções, mas também sobre seus deveres, de modo a instituir oportunidades de escolhas conscientes sobre a própria vida.