Impactos da meditação no Sistema Nervoso Central: evidências fisiológicas
O Diário - 9 de julho de 2025

Lavínia Sangaleto Terron, estudante do 3º Período do curso de Medicina da Facisb, orientada pela profª Vânia Soares de Oliveira e Almeida Pinto
Compartilhar
A meditação consiste em uma prática milenar que visa o relaxamento corporal associado à diminuição da frequência respiratória e na capacidade de concentração em focos específicos. Dessa forma, busca não enfrentar os pensamentos, apenas deixá-los fluírem sem qualquer tipo de impacto emocional, unindo a mente ao corpo do indivíduo, promovendo o bem-estar geral. Apesar dessa ferramenta ter sido popularizada nas últimas décadas, pouco se fala dos benefícios cientificamente comprovados da mesma.
Em primeiro plano, faz-se necessário evidenciar que a meditação não consiste apenas em uma prática exclusiva para a satisfação mental ou em um estilo de vida, mas apresenta também importantes efeitos estruturais e funcionais no Sistema Nervoso Central, os quais explicam sua eficácia. A prática meditativa está relacionada à promoção da neuroplasticidade, a qual consiste na capacidade do cérebro de se reorganizar e se adaptar ao longo das vivências individuais de cada ser. Nessa perspectiva, o estado meditativo afeta, não apenas a substância cinzenta, mas também a substância branca do córtex, levando a uma maior ativação de algumas áreas específicas relacionadas à memória, emoções e funções cognitivas.
Adicionalmente, pesquisas que utilizaram de imagens de ressonâncias magnéticas puderam comprovar que, em meditadores experientes, certas regiões de massa cinzenta se apresentam mais densas e espessas do que o comum. Dessa forma, salientando que o treinamento atencional é capaz de moldar o cérebro a fim de aprimorar suas habilidades de aprendizagem, regulação emocional e autoconsciência.
Em segundo plano, estudos mostram que o cérebro daqueles que praticam a meditação, quando comparados aos de pessoas que não meditam, além de apresentarem alterações de densidade e espessura, também demonstram maior quantidade de dobras, o que pode estar relacionado ao aumento da velocidade de propagação e processamento de informações.
Desta feita, conclui-se que a prática meditativa é capaz de fortalecer conexões cerebrais e potencializar muitas das atividades do Sistema Nervoso Central, promovendo, assim, a melhora da atenção, concentração, sintomas ansiosos e depressivos, estresse, qualidade do sono e fortalecimento imunológico.
Lavínia Sangaleto Terron, estudante do 3º Período do curso de Medicina da Facisb, orientada pela profª Vânia Soares de Oliveira e Almeida Pinto