Os efeitos adversos dos “chips da beleza” e das injeções de emagrecimento
O Diário - 19 de agosto de 2025

Natália Ferreira Carneiro, estudante do 1º período do curso de Medicina da Facisb, orientada pela profª Larissa Donadel Barreto Sargentini
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O viés estético nunca esteve tão em alta como nos dias de hoje, já que as tecnologias e as mídias digitais provocam a difusão de padrões de elegância (estéticos) e de um “mercado da beleza”. Nessa conjuntura, os “chips da beleza” e as injeções de emagrecimento se tornaram uma tendência atual entre o público brasileiro - principalmente entre mulheres. Contudo, apesar da fama por seus resultados estéticos, há alguns efeitos adversos desses produtos que devem ser considerados.
Os implantes hormonais de gestrinona, conhecidos como “chips da beleza”, possuem ação anabolizante, a qual é usada para obter efeitos como aumento da massa muscular, vitalidade e emagrecimento. Entretanto, a Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM) não reconhece esses dispositivos como uma opção terapêutica, haja vista efeitos indesejados - como acne, aumento de pelos, engrossamento da voz, mudanças no ciclo menstrual e no humor - e a negligência das bulas e rótulos desses chips (dado que a ANVISA não os aprovou), o que compromete a segurança do indivíduo por conta de dois fatores: possibilidade de compostos irregulares ou falsos na composição e omissão de riscos - como problemas metabólicos, hepáticos e cardiovasculares.
Outro mecanismo popular na busca pela beleza estética são as injeções de emagrecimento, como o Ozempic. Esses fármacos foram inicialmente desenvolvidos para o tratamento de diabetes mellitus do tipo 2, atuando no metabolismo da glicose; porém, ultimamente, eles se tornaram uma opção inovadora para o tratamento do sobrepeso. No entanto, comumente as injeções são utilizadas sem o acompanhamento médico, de modo que as peculiaridades de cada organismo e os impactos das aplicações não são corretamente analisados, podendo acarretar alguns efeitos adversos: como o comprometimento gastrointestinal, perda de peso excessiva e interação com outros medicamentos que o paciente já faz uso. Assim, profissionais da saúde visam o uso de injeções com receitas e acompanhado por médicos.
Dessa forma, é nítido que, embora os “chips da beleza” e as injeções de emagrecimento tenham ganhado um grande público adepto, a comunidade da saúde alerta sobre possíveis efeitos prejudiciais e apontam para a não utilização de tais dispositivos sem consultar previamente profissionais, a fim de atingir o resultado esperado com mínimas complicações.