A contemplação da vida
O Diário - 21 de agosto de 2025

Rosa Carneiro é empresária, escritora e integrante da Academia Barretense de Cultura
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Contemplar o belo e o simples é fazer das pequenas coisas um belo espetáculo aos olhos. É dialogar com os amigos, elogiar as pessoas e abraçar os desafios da vida. É descobrir as coisas lindas e ocultas, o baile das folhas sob a orquestra do vento além das imagens e palavras. É andar descalço na grama e sentir o vento fresquinho da manhã. Poucos sabem enxergar a singeleza da vida, ouvir um pássaro cantar e observar uma árvore florida. Não valorizar a lei da contemplação é experimentar alegria fugaz e emoção artificial.
Quando a história se transforma em uma rotina repleta de tédio, é porque falta tempo para contemplação da natureza. Desperte! Se não usar essa ferramenta, poderá até ter sucesso profissional, financeiro e social, mas mendigará o pão da alegria e será sonso, morno e infeliz. O mestre da emoção, Jesus, parava a multidão que o seguia para fazer das flores, um show. Foi feliz na terra dos infelizes, pois vivia a arte da contemplação, admirava as crianças, a chuva, os passarinhos, água fresquinha do poço, orvalho da manhã, o silencio... Na reflexão das coisas simples, vem o bom humor e com ele, a saúde. Diversas doenças autoimunes, cardíacas, bem como algum tipo de câncer são desencadeadas pelos transtornos emocionais, em especial pelo mau humor. Uma pessoa otimista vive melhor e por mais tempo. Ser negativista não resolve os problemas e pode abreviar a saúde e os dias.
Na contemplação ao belo, o rosto será sempre jovem, ainda que o tempo sulque a face com rugas. Até é possível cirurgia plástica e pelling, mas envelhecerá no único lugar em que é proibido envelhecer, isto é, no território da emoção e no entusiasmo pela vida. É preciso admirar o belo e colocar combustível na felicidade... é só começar. Cuide das plantas, escreva poesias, leia livros alegres e role no tapete com as crianças. Vão aqui mais algumas sugestões: valorizar o que é aparentemente insignificante, telefonar para os amigos, se lembrar dos aniversários das pessoas, descobrir os filhos e explorar o mundo dos seus pais. Dez minutos por dia em silêncio contemplativo é um bom começo.
Ser feliz sem contemplação é cair no vazio da infelicidade. São nas coisas simples e anônimas que são encontrados verdadeiros tesouros para nortear uma vida feliz.