ALERTA – jogo rouba a consciência infantil
O Diário - 11 de setembro de 2025

Aparecido Cipriano, Policial Militar Aposentado - Diretor de Escola - Mestre em Educação (Unesp)
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Era para ser apenas um jogo. Colorido, cheio de bonequinhos com cara de Playmobil, mundos mágicos em que tudo parecia inocente. O jogo surgiu como um parque de diversão digital para crianças e adolescentes, mas bastou levantar a cortina para enxergarmos o que realmente se esconde ali dentro: um universo perigoso, no qual a ingenuidade é a moeda mais valiosa para predadores virtuais.
Relatórios internacionais (Hindenburg Research) já o classificaram como um “inferno pedófilo para crianças”. Nos Estados Unidos, houve prisões de criminosos que aliciaram vítimas pelo jogo. Exemplos grotescos surgem a todo momento, e a pergunta que ecoa é: como algo assim chega tão perto dos nossos filhos sem que percebamos?
Mais metade dos jogadores tem 12 anos ou menos. Dentro da plataforma, há festas virtuais, desafios obscenos, diálogos perturbadores e simulações que antecipam experiências adultas de forma doentia. Enquanto muitos pais acreditam que o espaço é seguro porque “parece infantil”, crianças são expostas a riscos que podem marcar para sempre suas vidas. O jogo tem se tornado um espaço de manipulação. Crianças são desafiadas a simular experiências adultas e, de forma sutil e perigosa, acabam normalizando situações de exploração. O resultado é alarmante: o jogo rouba a consciência infantil.
É duro imaginar seu filho de 10 anos ou menos mergulhando nesse universo, acreditando estar apenas brincando, quando na verdade convive com pessoas mal-intencionadas, mensagens pornográficas e até exploração disfarçada de diversão.
Pais, atenção! O mundo virtual pode ser mais perigoso que a rua deserta. É hora de olharmos de perto o que nossos filhos jogam, com quem conversam, quais links acessam. Não basta confiar nas aparências. No caso do jogo, a ingenuidade pode custar caro demais.