Risco de perder o que mais importa
Diocese de Barretos - 21 de setembro de 2025

Risco de perder o que mais importa
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Por Dom Milton Kenan Júnior, Bispo de Barretos
Na parábola que ouviremos de Jesus, neste domingo (cf. Lucas 16,1-13), Jesus elogia um administrador desonesto que diante da iminência da sua demissão procura os que deviam ao seu patrão, para cancelar parte da sua dívida. Jesus elogia a sua astúcia, pois imaginando que seria despedido, aquele administrador procura conquistar a amizade dos devedores cancelando parte da dívida deles. Na verdade, aquele administrador dispensa o pagamento da sua “comissão”, esperando assim “fazer amigos” que reconhecendo a sua generosidade se disponham a acolhê-lo quando da sua dispensa. Nesta parábola Jesus quer nos tornar atentos ao risco que temos de perder o que mais importa, ou seja, a felicidade nesta vida e no encontro definitivo com o Pai, porque não soubemos utilizar os nossos bens de acordo com o projeto divino. Era de se esperar que Jesus dissesse: “Ninguém pode servir a Deus e ao diabo”; mas, não. Jesus diz: “Ninguém pode servir a dois senhores, porque ou odiará um e amará o outro, ou se apegará a um e desprezará o outro. Vós não podeis servir a Deus e ao dinheiro” ((Lc 16,13). O que na lógica de Jesus é o grande obstáculo para que possamos participar do seu Reino, pode se transformar no mais poderoso meio para entrar nele. Se nós usamos os nossos bens para socorrer os necessitados, para aliviar o sofrimento dos que se encontram na amargura, e devolver a dignidade aos cancelados no mundo, quando nossa vida terminar “eles vos receberão nas moradas eternas”. Daí o exemplo do administrador desonesto, ele renunciando a parte que lhe cabia por direito, garantiu para si a amizade dos que deviam ao seu senhor. Assim nós se soubermos utilizar o dinheiro e consequentemente os bens que possuímos para socorrer os necessitados, podemos estar certos de que eles haverão de retribuir o bem que lhes fazemos, abrindo para nós as portas do Reino, onde Deus será tudo em todos.