Predicado
O Diário - 21 de setembro de 2025
Luciano Borges é Doutor em Letras pela Universidade Mackenzie
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Verbos Intransitivo e Transitivo
No uso comum, frases simples como “a criança chora” ou “o vento sopra”, passam quase despercebidas, mas revelam algo essencial sobre a organização da língua: a forma como os verbos estruturam as orações. Por trás dessas construções aparentemente banais, há diferenças que explicam por que alguns verbos se completam sozinhos, enquanto outros precisam de um termo adicional. É nesse contraste que se compreende a importância dos verbos intransitivos e transitivos, fundamentais para entender a dinâmica do predicado.
O verbo intransitivo caracteriza-se por exprimir um sentido pleno, sem depender de complemento. Em “as folhas caem”, por exemplo, a ideia se encerra no próprio verbo, podendo ainda receber informações acessórias, como em “as folhas caem lentamente”. Situações assim demonstram como certos verbos possuem autonomia para constituir o núcleo de sentido da oração, dispensando acréscimos obrigatórios. Essa independência gramatical evidencia a clareza que o intransitivo confere ao discurso, já que a mensagem se sustenta de forma direta e completa.
Por sua vez, os verbos transitivos funcionam de modo diverso, pois necessitam de complementos para transmitir significado. Na expressão “o estudante leu o livro”, o termo “o livro” completa a ação verbal; em “ela gosta de música”, o objeto introduzido pela preposição garante a interpretação correta. Esse vínculo entre verbo e completo mostra que a transitividade é peça-chave para a precisão comunicativa. Afinal, é justamente a articulação entre verbos e seus complementos que assegura a organização do pensamento em palavras, permitindo que as orações se tornem claras, coerentes e precisas.
Luciano Borges é Doutor em Letras pela Universidade Mackenzie



