Limite entre segurança, responsabilidade e arrecadação
O Diário - 23 de setembro de 2025
Limite entre segurança, responsabilidade e arrecadação
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A arrecadação com multas de trânsito em Barretos ultrapassou R$ 3,6 milhões até a primeira quinzena de setembro, e a previsão é de chegar a R$ 6 milhões até o fim do ano. O dado chama atenção, levanta uma preocupação legítima e gera questionamento entre os barretense em particular: estamos diante de um avanço oportuno na fiscalização ou do risco de uma “indústria da multa”?
É dever do poder público zelar pelo cumprimento das leis, mas a aplicação de penalidades não pode ser tratada como fonte de receita. Quando a arrecadação cresce mais do que a educação no trânsito, algo está fora do lugar.
Por outro lado, é imprescindível reconhecer a responsabilidade de cada condutor. O desrespeito à sinalização, o excesso de velocidade e outras infrações colocam vidas em risco, e a punição é, muitas vezes, necessária.
A discussão, portanto, deve ser equilibrada. Não se pode permitir abusos na fiscalização, nem tampouco tolerar imprudências nas ruas. O foco precisa ser a preservação da vida, e não o caixa da prefeitura.
Multas devem educar, não sustentar o caixa municipal.



