Sono de qualidade no controle do Diabetes
O Diário - 24 de setembro de 2025
Milena Antunes Vieira, estudante do 3º período do curso de Medicina, orientada pela profª Celina Antonio Prata
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O Diabetes é uma doença metabólica amplamente conhecida pela população, sendo considerado uma das doenças crônicas não transmissíveis mais prevalentes no Brasil e no mundo. A Sociedade Brasileira de Diabetes estima que existam aproximadamente 20 milhões de pessoas convivendo com a doença no país. O tipo mais comum é chamado Diabetes Mellitus (DM) e é caracterizado por picos de glicemia ao longo do dia, ou seja, um aumento anormal da concentração de açúcar no sangue. Assim, o maior desafio do paciente diabético é manter seu equilíbrio glicêmico, a fim de evitar complicações futuras derivadas da doença. Entretanto, fatores como sedentarismo, má alimentação, tabagismo e distúrbios do sono podem prejudicar esse processo. É conhecido pela comunidade científica que o bom funcionamento das fases do sono é fundamental para a saúde, incluindo as nossas funções cerebrais, regulação do apetite, sistema imunológico, cardiovascular e hormonal. Um sono normal é caracterizado por duração suficiente, boa qualidade e regularidade. Nesse sentido, um sono irregular, insuficiente e não reparador, em que o indivíduo tem a sensação de cansaço após o despertar, afeta negativamente o índice glicêmico tanto do DM tipo 1 quanto tipo 2. Uma pesquisa realizada em 2019 demonstrou que homens diabéticos com insônia tiveram uma maior taxa de glicemia em jejum em relação a homens diabéticos sem insônia. Distúrbios do sono são determinantes no que diz respeito à resistência insulínica, o que significa a dificuldade do hormônio insulina em transportar as moléculas de açúcar do sangue para os tecidos, bem como à variabilidade glicêmica. Desse modo, o monitoramento do sono, cuja qualidade influencia tanto na regulação metabólica quanto imunológica do indivíduo diabético, é fundamental para o controle da doença a longo prazo. Isso contribui para evitar possíveis complicações do descontrole glicêmico, como problemas renais, cardiovasculares e neurológicos. Também é importante reconhecer que, como qualquer doença crônica, seu controle depende da associação entre tratamento medicamentoso e mudanças significativas no estilo de vida, além de acompanhamento médico regular.



