Esqueci minha senha
Levar Jesus aos outros

Diocese de Barretos - 4 de outubro de 2025

Levar Jesus aos outros

Levar Jesus aos outros

Compartilhar


Por Diác. Matheus Flávio, São Gabriel Arcanjo, Jaborandi-SP

Estamos iniciando o mês de outubro, mês missionário no Brasil, então podemos refletir um pouco sobre o testemunho de Santa Teresinha do Menino Jesus, que é a padroeira das missões. Nossa reflexão será feita a partir dos quatro tópicos da exortação apostólica do Papa Francisco sobre a confiança no amor misericordioso de Deus por ocasião dos 150 anos do nascimento de Santa Teresinha. “C’est la confiance et rien que la confiance qui doit nous conduire à l’Amour” – “só a confiança e nada mais do que a confiança tem de conduzir-nos ao Amor”. Essas incisivas palavras de Santa Teresa do Menino Jesus e da Santa Face sintetizam sua espiritualidade e revelam a genialidade que levou a Igreja a proclamá-la Doutora. De fato, não há outro caminho senão a confiança, que abre a vida à graça, faz o Evangelho encarnar-se em nós e transforma-nos em instrumentos de misericórdia. Teresinha afirmava: “Na noite desta vida, aparecerei diante de Vós com as mãos vazias… Quero, portanto, revestir-me com a vossa própria Justiça, e receber do vosso Amor a posse eterna de Vós mesmo”. A pequena Teresa é uma das santas mais amadas no mundo, inclusive por não-crentes, reconhecida até pela UNESCO. Sua mensagem ultrapassa datas comemorativas, razão pela qual o Papa escolheu publicá-la não no aniversário de nascimento ou beatificação, mas na memória de Santa Teresa de Ávila, apresentando-a como fruto maduro da reforma carmelita. Sua vida foi breve, apenas 24 anos, simples na aparência, mas carregada de luz. Logo após a morte, seus escritos e os inúmeros testemunhos de graças revelaram sua estatura espiritual. Seu nome religioso expressa a centralidade de Cristo: o “Menino” da Encarnação e a “Santa Face” da Cruz. “Jesus é o meu único amor” – escrevera em sua cela. Sua missão era simples e grandiosa: “Eu desejarei no Céu o mesmo que na terra: amar Jesus e fazê-Lo amar”. Entrara no Carmelo “para salvar as almas”, revelando que sua consagração não se separava do amor aos irmãos. Nas últimas páginas de História de uma alma, deixou um testamento missionário: “Atraí-me, correremos ao odor dos vossos perfumes… a alma que mergulha no oceano sem limites do vosso amor, leva consigo todos os tesouros que possui”. Inspirada no Cântico dos Cânticos e nos doutores do Carmelo, vivia a união com Cristo de modo apostólico, desejando arrastar outros para o Amor. Pedia ao Espírito Santo: “Quanto mais o fogo do amor abrasar o meu coração, tanto mais eu direi: ‘Atraí-me’; e mais as almas… correrão, ligeiras, ao odor dos perfumes do seu Bem-amado”. Sua promessa cumpriu-se: após a morte, a torrente do Batismo tornou-se “chuva de rosas”, sinal de um amor que continua fecundo e missionário na Igreja.