Esqueci minha senha
As exigências nos desafiam

Diocese de Barretos - 5 de outubro de 2025

As exigências nos desafiam

As exigências nos desafiam

Compartilhar


Por Dom Milton Kenan Júnior, Bispo de Barretos

O texto evangélico deste domingo (cf. Lc 17,5-10) parece ser um conjunto de dizeres de Jesus sem relação uns com os outros; mas, na verdade não é assim. Os discípulos que acompanhavam Jesus na viagem que ele fazia à Jerusalém à medida que o escutam vão se dando conta de que as exigências que ele faz para aqueles que desejam segui-lo lhes desafiam. Jesus fala da radicalidade que a escolha que eles fazem dele exige, ele fala de um Reino que se destina aos que são capazes de conquista-lo socorrendo os seus semelhantes e, o risco de viver nesse mundo encerrado no próprio mundo, ignorando a Deus e ao próximo. Por isso, os discípulos pedem a Jesus: “Aumenta a nossa fé” (Lc 17,5). Jesus, por sua vez diz que a fé do tamanho de um grão de mostarda é capaz de realizar o impossível, como transportar uma amoreira que é uma das árvores cujas raízes são abundantes e lança-la no mar. A qual fé Jesus se refere? A fé que se traduz em confiança e obediência à sua palavra. Quando movidos pela confiança nele, obedecemos a sua Palavra, Jesus diz que tudo se transforma. Nada é impossível para quem crê. Exemplo disso é Pedro que atendendo a ordem de Jesus, lançou as redes no maior calor do dia, no momento menos apropriado para a pesca; e, graças a sua obediência viu cheias as suas redes. Mas fé também tem a ver com humildade. Jesus diz que o discípulo é como o empregado que tendo realizado as tarefas que lhes foram confiadas, quando termina o dia não espera sentar-se à mesa do seu senhor, mas, ao contrário, sabe que chegando em casa ainda deve colocar-se a serviço, não agindo por tanto com presunção, mas com humildade, procurando cumprir até o fim a vontade do seu senhor. Crer exige de nós a disposição de servir, assim como fez Jesus, que ao ver que terminava sua estadia nesta terra, durante a última ceia com os apóstolos cingiu-se com uma toalha e lavou os seus pés. Aquele que era chamado “Mestre e Senhor” se fez o último entre os discípulos, demonstrando assim que o verdadeiro discípulo encontra a sua alegria mais em dar do que em receber, em servir do que ser servido.