Os Argentinos
O Diário - 3 de outubro de 2025
                  DANILO PIMENTA SERRANO É ADVOGADO E PROFESSOR UNIVERSITÁRIO
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Escrevo estas linhas do fim do mundo. Ao menos é esse o apelido que os argentinos dão para a gelada cidade de Ushuaia, no extremo sul do continente americano. Já estive nesse país em outras oportunidades, ainda que somente na capital, e em todas as vezes, tive uma ótima impressão dos argentinos.
Confesso que desconheço os motivos da antiga “rixa” entre os brasileiros e nossos hermanos, mas, de outro lado, fico feliz toda vez que constato que ela não passa de uma brincadeira entre povos irmãos.
Dessa vez vim à Argentina para participar da Maratona de Buenos Aires no último domingo. Cheguei lesionado dos treinos da maratona, mas insisti, acreditando que conseguiria completar a prova. Consegui, mas a lesão se agravou a ponto de eu não conseguir caminhar sem apoio nos dias seguintes.
Nessa minha situação, de limitação de mobilidade, a educação, a presteza, e a proatividade dos argentinos ficou-me ainda mais evidente. Do recepcionista do hotel ao médico, passando pelo motorista do Uber e pelo atendente do restaurante, sem exceção, todos foram de uma cordialidade notável.
E rememorando minhas outras viagens para cá, não consegui lembrar de uma única oportunidade em que fui tratado com rispidez por algum argentino, o que os difere flagrantemente de boa parte dos parisienses, nova-iorquinos ou romanos, para citar em apenas alguns exemplos.
Enfim, esse artigo foi uma breve reflexão, com tintas bastante pessoais, sobre esse culto e solícito povo irmão, que trata tão bem os brasileiros que aqui vêm.
Assim, que essa suposta rixa permaneça restrita às quatro linhas dos gramados, e que fora deles continuemos celebrando a amizade entre povos tão próximos.



