Há cidades que se constroem sobre o comércio, outras sobre o progresso — Barretos, porém, também se ergue sobre a fé. Uma fé que não se apaga, que percorre ruas, canta ladainhas e se renova a cada passo da procissão que segue rumo à Cidade de Maria.

Todos os anos, quando outubro se aproxima, o coração de Barretos se veste de azul e branco. É o tempo de homenagear Nossa Senhora Aparecida, padroeira do Brasil e presença viva na devoção do povo. Famílias inteiras se unem em oração, caminhando lado a lado sob o sol ou à luz das velas, numa demonstração silenciosa de esperança e gratidão.

A Lei Municipal nº 5.843, de 7 de fevereiro de 2020, veio para dar forma oficial a esse sentimento coletivo. Ao incluir a Procissão à Nossa Senhora da Conceição Aparecida no calendário de eventos do município, o poder público reconheceu o que o povo já sabia há muito tempo: que essa tradição é parte da alma barretense.

Mas a fé em Barretos não se limita a um único evento. Ela se espalha pelos bairros, ganha vida nas lindas paróquias e capelas que temos, e sobre Nossa Senhora Aparecida, contamos com a Paróquia Réplica da Minibasílica, a única do gênero no país, e se expressa em gestos simples, orações e promessas. A Cidade de Maria, destino da procissão, tornou-se mais do que um ponto de chegada — é um símbolo de paz e de encontro com o sagrado.

Esses lugares e celebrações transformam Barretos num território fértil para o turismo religioso, capaz de unir fé, cultura e economia. Cada romeiro que chega traz consigo uma história, uma prece, um motivo para acreditar. E cada visita deixa um pouco de esperança no caminho. Assim, Barretos continua a lapidar sua identidade, como um garimpeiro que encontra, na devoção de seu povo, o diamante mais precioso - a fé que move, acolhe e transforma.