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Comemoração de todos os fiéis defuntos

Diocese de Barretos - 2 de novembro de 2025

Comemoração de todos os fiéis defuntos

Comemoração de todos os fiéis defuntos

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Por Dom Milton Kenan Júnior, Bispo de Barretos

Neste domingo a Igreja comemora todos os fiéis falecidos. Comemorar tem o sentido de recordar e, por sua vez, suplicar a Deus por eles, para que alcancem a herança prometida por Deus aos que o amam. À medida que se aproxima o final do ano litúrgico, a Igreja chama a nossa atenção para as realidades últimas: a morte, o juízo, o inferno e o céu. Estas realidades são chamadas de “novíssimos” porque são sempre atuais e pertinentes. São realidades que querendo ou não todos nós estaremos sujeitos, e por isso devemos estar sempre preparados. Hoje, ao celebrar a comemoração de todos os fiéis falecidos, a Igreja nos convida a considerar a realidade da morte. Todos nós somos mortais e, portanto, não podemos ignorar a sua realidade e o que ela representa para nossas existências. A morte é um mistério cercado de respeito mesmo pelos que não creem. Para nós, cristãos, a morte não é o resultado de uma luta trágica que devemos enfrentar com frieza e cinismo, mas seguindo as pegadas da morte de Cristo, ela se torna um cálice amargo porque fruto do pecado, que devemos beber até o fim, porque é a vontade do Pai que nos espera de braços abertos do outro lado da nossa passagem. Nós podemos dizer que a morte tem aparência de derrota, mas é essencialmente uma vitória, pois ela é sinônimo de vida, glória e ressurreição para os que creem. A morte do cristão não é um momento no final do seu caminho terro isolado do resto da vida. Não! A vida Terrena é preparação para a do céu, nela estamos como criancinhas no ventre materno. Ao morrer nos encontraremos diante de tudo o que foi objeto das suas aspirações mais profundas: encontrar-se diante de Cristo e será o momento de fazermos a nossa escolha derradeira. Cristo nos espera eternamente com seus braços abertos. Se acolhemos seu amor nesta vida, na nossa morte ele nos invadirá com a sua luz, e nos fará participar da sua alegria sem fim. É esta certeza que sustenta a nossa esperança. Certos de que Cristo morreu e ressuscitou, vemos nele a realização de nossas aspirações. O destino dele é o nosso destino. Da mesma forma que a vida triunfou com a sua ressurreição, estamos certos de que ela triunfará em nós quando tendo percorrido o nosso caminho terreno, unidos a Cristo, passarmos pela morte, fazendo assim a nossa páscoa. Nossos falecidos não estão longe de nós, pois todos estamos nas mãos de Deus. Rezamos em sufrágio deles implorando-lhes a felicidade eterna. Em Cristo, “brilhou para nós a esperança da feliz ressurreição. E, aos que a certeza da morte entristece, a promessa da imortalidade consola. Senhor, para os que creem em vós, a vida não é tirada, mas transformada. E, desfeito o nosso corpo mortal, nos é dado nos céus, um corpo imperecível”.