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O chamado à santidade

Diocese de Barretos - 8 de novembro de 2025

O chamado à santidade

O chamado à santidade

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Por Diác. Matheus Flávio, São Gabriel Arcanjo, Jaborandi-SP

Inspirados pela solenidade de todos os santos celebrada no último sábado, hoje iniciaremos a leitura da exortação apostólica do Papa Francisco sobre a santidade nos dias atuais. Hoje, no primeiro capítulo olhamos para esse grande chamado que Deus faz a cada um. Na exortação Gaudete et Exsultate, o Papa Francisco retoma com simplicidade e vigor o chamado universal à santidade, recordando que “o Senhor pede tudo e, em troca, oferece a vida verdadeira” (n.1). Desde Abraão, a vocação à perfeição é um convite à comunhão com Deus: “anda na minha presença e sê perfeito” (Gn 17,1). O Papa esclarece que não pretende oferecer um tratado teórico, mas “fazer ressoar mais uma vez a chamada à santidade, procurando encarná-la no contexto atual” (n.2), reafirmando que cada um foi escolhido “para ser santo e irrepreensível na sua presença, no amor” (Ef 1,4). Inspirado pela Carta aos Hebreus, Francisco lembra que “estamos circundados de tal nuvem de testemunhas” (Hb 12,1), que nos encorajam a perseverar, pois os santos “protegem-me, amparam-me e guiam-me” (n.4). Contudo, ele amplia a noção de santidade ao reconhecer os “santos ao pé da porta” — pessoas simples que vivem o Evangelho na rotina cotidiana: “nos pais que criam os seus filhos com tanto amor... vejo a santidade da Igreja militante” (n.7). Essa santidade popular manifesta o Espírito que “derrama a santidade por toda a parte, no santo povo fiel de Deus” (n.6). A santidade, diz o Papa, “é o rosto mais belo da Igreja” (n.9) e se expressa de modos diversos: cada pessoa deve “discernir o seu próprio caminho e trazer à luz o melhor de si mesmo” (n.11). Há também uma especial valorização do “génio feminino”, pois “o Espírito Santo suscitou santas cujo fascínio provocou novos dinamismos espirituais e reformas importantes na Igreja” (n.12). Assim, a vocação à santidade é pessoal, mas também comunitária: “ninguém se salva sozinho” (n.6). Francisco insiste que a santidade se vive no cotidiano: “És um trabalhador? Sê santo, cumprindo com honestidade e competência o teu trabalho” (n.14). Trata-se de deixar “que tudo esteja aberto a Deus” (n.15), permitindo que a graça transforme até os pequenos gestos — recusar uma fofoca, escutar um filho, rezar com fé (n.16). A santidade, portanto, “irá crescendo com pequenos gestos”, expressão da presença do Espírito. Por fim, o Papa convida à confiança: “não tenhas medo da santidade. Não te tirará forças, nem vida nem alegria” (n.32). Pelo contrário, ela nos faz “mais vivos, mais humanos”, porque “a santidade não te torna menos humano, pois é o encontro da tua fragilidade com a força da graça” (n.34). Como resume Francisco com as palavras de Léon Bloy, “existe apenas uma tristeza: a de não ser santo” (n.34).