Juan Manuel Fangio, piloto argentino, é um nome bem conhecido no automobilismo internacional. Só na primeira década da Fórmula 1, anos 1950, ele foi cinco vezes campeão, dominando o cenário mundial. Ocorre que antes da Fórmula 1 entrar no radar, na década de 1950, Fangio já era experiente piloto, não tão conhecido, mas participante dos grandes prêmios, inclusive entre os países sul-americanos. 

No início dos anos 1940, a Europa estava em guerra, portanto, as corridas não faziam parte daquele cenário, e, por isso, a América do Sul organizava seus grandes prêmios. Espelhando-se nas corridas europeias, como a famosa Mille Miglia italiana, fazia-se necessário ter no Brasil uma prova de resistência. Então, em 1941, entre os dias 22 e 29 de junho, o “Automóvel Clube do Brasil” realizou o “1º Grande Prêmio Automobilístico Getúlio Vargas”, popularmente “Prova Presidente Getúlio Vargas”. À época, o presidente Vargas regia o Brasil sobre a batuta da ditadura e, ao instaurar o Estado Novo, elencava o esporte como importante plataforma de desenvolvimento. Provas de hipismo e remo, tendo o presidente como patrono, também foram realizadas naquele ano.

O desafio da Prova Presidente Vargas era percorrer  3.371 quilômetros saindo do Rio de Janeiro e retornando a ele. Os pilotos deveriam percorrer em sete dias as estradas de rodagem e outras vias existentes passando pelas seguintes cidades: Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Uberaba, Goiânia, Barretos, Poços de Caldas, São Paulo e Rio de Janeiro. Era um mergulho no sudeste brasileiro por meio de suas estradas e desafios. Afinal, embora os carros de corrida fossem adaptados e tivessem tecnologia da época, a situação das estradas não era das melhores e a distância era extremamente desafiadora. (Estamos falando de mais de 3 mil quilômetros de estradas em 1941!).

Como se nota, caro leitor, entre as capitais e reconhecidas cidades, a nossa Barretos foi escolhida como ponto de passagem e descanso do Grande Prêmio, sendo também o destino de Juan Fangio, que venceu a prova seguido pelo seu conterrâneo Oscar Galvez. Mas, antes de tudo, veio conhecer Barretos com seu Chevrolet. [continua].