No novo filme de Kleber Mendonça Filho, O Agente Secreto, acompanhamos a história de Marcelo (Wagner Moura), um homem que está fugindo da ditadura em 1977 e que volta para Recife tanto para se esconder quanto para resolver alguns assuntos antes de fugir do país. Não quero falar mais nada muito crucial da história, pois é um filme cheio de reviravoltas e surpresas, e quanto menos você souber antes de o assistir, melhor.
Kleber já virou um dos meus cineastas preferidos, e todo filme dele é um evento e  O Agente Secreto não é diferente. Aqui, Kleber faz um thriller político, só que com a sua essência e visão; ou seja, é algo que faz muitas referências, mas, ao mesmo tempo, é totalmente novo. A direção de Kleber é magnífica, e ele orquestra tudo de uma maneira que te deixa vidrado, sem tempo pra piscar.
Mas o que mais me fascina é como Kleber, na maioria de seus filmes, conta uma história tão pessoal, mas que é ao mesmo tempo universal. O Agente Secreto é um filme sobre memórias mas pra mim, mais especificamente, memórias sobre o povo brasileiro  e essas memórias mostram quem somos e  que até nos momentos mais sombrios nós resistimos, lutamos e estamos com um sorriso no rosto.
Mas, apesar da direção de Kleber, nada disso seria possível sem a atuação magistral de Wagner Moura, que pode estar no que pode ser o melhor papel de sua carreira. Wagner aqui faz aquele galã/protagonista de filmes de suspense dos anos 80. Tem momentos em que Kleber coloca Wagner no centro do plano e o deixa sozinho, pois confia que ele irá entregar  e ele entrega.
Resumindo, O Agente Secreto é um filmaço! É um filme pra quem ama cinema e pra quem tá procurando um filme bom, e que tem de tudo: desde espionagem, comédia, drama, diversão, homenagem ao cinema etc.
É simplesmente brilhante.