À luz do Mestre
Diocese de Barretos - 22 de novembro de 2025
À luz do Mestre
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Por Diác. Matheus Flávio, São Gabriel Arcanjo, Jaborandi-SP
Hoje damos mais um passo na leitura da exortação apostólica do Papa Francisco sobre a santidade nos dias atuais e no terceiro capítulo temos uma reflexão em torno das bem-aventuranças. No capítulo “À luz do Mestre”, da Gaudete et Exsultate, o Papa Francisco apresenta as bem-aventuranças como “o bilhete de identidade do cristão” (n.63). Ele afirma que “a palavra ‘feliz’ ou ‘bem-aventurado’ torna-se sinônimo de ‘santo’”, pois “a pessoa fiel a Deus e que vive a sua Palavra alcança, na doação de si mesma, a verdadeira felicidade” (n.64). As palavras de Jesus são “decididamente contracorrente ao que é habitual” (n.65), exigindo do discípulo uma vida transformada pelo Espírito Santo. A primeira bem-aventurança – “Felizes os pobres em espírito” – convida a “reconhecer a verdade do nosso coração” (n.67), lembrando que “as riquezas não te dão segurança alguma” (n.68). Ser pobre no coração significa “ter espaço para a Palavra de Deus” e “deixar que o Senhor entre com a sua incessante novidade” (n.68). O Papa recorda ainda a “santa indiferença” inaciana, que leva à “liberdade interior” (n.69). Sobre os mansos, Francisco ensina que “é uma frase forte neste mundo [...] onde há ódio em toda a parte” (n.71). Jesus propõe “outro estilo: a mansidão”, vivida como “humildade de coração” (n.72) e fruto do Espírito (n.73). Reagir com humilde mansidão, portanto, “é santidade” (n.74). Ao falar dos que choram, o Papa contrapõe “o entretenimento, o prazer e a distração” do mundo à compaixão evangélica: “o mundo não quer chorar [...] mas a pessoa que se deixa trespassar pela aflição é capaz de alcançar as profundezas da vida” (n.75–76). Saber chorar com os outros “é santidade” (n.76). A fome e sede de justiça são descritas como “necessidades primárias” que refletem a busca de fidelidade à vontade de Deus e o compromisso “com os pobres e vulneráveis” (n.77–79). Buscar a justiça “com fome e sede: isto é santidade” (n.79). A misericórdia, lembra Francisco, “tem dois aspetos: dar, ajudar, servir os outros, mas também perdoar e compreender” (n.80). A medida que usamos para perdoar “será aplicada a nós” (n.81), pois “todos nós somos uma multidão de perdoados” (n.82). Olhar e agir com misericórdia “é santidade”. O Papa prossegue exaltando “os puros de coração”, que “verão a Deus” (n.83), os “pacificadores”, chamados “filhos de Deus” (n.88), e os “perseguidos por causa da justiça”, pois “quem quiser salvar a sua vida vai perdê-la” (n.90). Por fim, Francisco destaca que a santidade se manifesta nas obras de misericórdia, como em Mateus 25: “Tive fome e destes-Me de comer…” (n.95). Ser santo, diz, “não significa revirar os olhos num suposto êxtase”, mas “ver Cristo no rosto dos pobres e atribulados” (n.96). A santidade cristã, conclui, “não se pode compreender nem viver prescindindo destas exigências”, pois “a misericórdia é o coração pulsante do Evangelho” (n.97).



