Vendedor ambulante é preso por preconceito de raça e de cor
luis.nascimento - 20 de novembro de 2025
Flagrante foi apresentado e registrado no Plantão Policial em Barretos
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Crime aconteceu nessa quinta-feira em Olímpia
Um vendedor ambulante de 37 anos foi detido em pleno dia da Consciência Negra, pelo crime de preconceito de raça e de cor em Olímpia.
Uma equipe da Guarda Municipal foi acionada por volta das 9 horas de quinta – feira (20), na avenida Aurora Forti Neves, onde a vítima, um vendedor autônomo contou que estava exercendo sua atividade de venda de capinhas para celular, dirigindo se principalmente a turistas que frequentam o parque aquático, nas proximidades, quando foi abordado pelo autor, que em tom alterado ordenou que ele se retirasse do ponto, afirmando ser aquele seu local do trabalho.
Afirma que, em razão disso, iniciou-se uma discussão, com troca de ofensas verbais entre ambos.
Segundo a vítima, em determinado momento o indiciado passou a lhe dirigir ofensas de cunho racial, chamando-o, por duas vezes, de “macaco”, fato que lhe causou humilhação e indignação.
Diante da gravidade das ofensas, a vítima o teria segurado pelo capacete, momento em que o indiciado o empurrou, e passou a agredi-lo a golpes com o capacete, o que culminou em lesão corporal e fratura no seu braço direito, conforme constatado em atendimento médico no pronto-socorro.
Por sua vez, o autor alegou que trabalha há mais de um ano no ponto de vendas situado ao lado de um supermercado, nas proximidades do Parque Aquático, comercializando capinhas de celular à prova d’água.
Afirmou que, por conta do baixo movimento nesta época do ano, deixou de comparecer ao trabalho de segunda a quarta-feira.
Narrou que, ao retornar ao local na manhã desta quinta-feira, encontrou o referido ponto ocupado pela vítima, que, segundo soube, trabalha em outro parque e estaria realizando um “bico”.
Disse tê-lo cumprimentado e informado que aquele seria seu ponto habitual de trabalho, porém a vítima teria reagido afirmando que não sairia dali, proferindo inclusive ameaça do tipo “você não sabe de onde eu vim, te meto bala na cara”.
Relatou que decidiu manter-se nas proximidades e se preparava para subir em sua motocicleta quando foi empurrado pela vítima.
Alega que, nesse momento, disse “sai fora, negão, sai pra lá”, ocasião em que a vítima passou a agredi-lo fisicamente, derrubando seu capacete, o qual foi danificado, e o lançando ao chão.
Disse ter revidado com socos, até o momento em que uma viatura da Guarda Civil Municipal passava pelo local, instante em que cessaram as agressões.
As diligências de campo confirmaram a presença dos guardas municipais que intervieram na ocorrência, encaminhando ambos ao pronto-socorro.
Foram ouvidas ainda testemunhas no local, dentre elas uma mulher devidamente qualificada, a qual afirmou ter ouvido o indiciado proferir as palavras “macaco” dirigidas à vítima, confirmando a ofensa de cunho racial.
Diante do relato coerente e convergente da vítima e das testemunhas, aliado ao exame médico que constatou lesão física na vítima, restaram delineados os elementos de materialidade e autoria do delito.
Os elementos coligidos nos autos evidenciam que o indiciado injuriou a vítima, ofendendo-lhe a dignidade em razão de sua raça e cor, utilizando expressões de cunho discriminatório (“macaco”), subsumindo-se sua conduta ao tipo penal previsto no art. 2º-A, da Lei nº 7.716/89.
Diante disso, o delegado Guilherme Carvalho de Oliveira autuou o indiciado em flagrante e determinou que fosse recolhido à cadeia.



