Viver o batismo com sinceridade e alegria
Diocese de Barretos - 7 de dezembro de 2025
Por Dom Milton Kenan Júnior, Bispo de Barretos
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Entre os personagens que se destacam no tempo do Advento está São João Batista, o Precursor de Jesus, o “maior dos nascidos de mulher” como o próprio Jesus declarou (cf. Mt 11,11). Ele surge inesperadamente no evangelho de Mateus (cf. Mt 3,1-12): ele aparece no deserto, pregando o mesmo que algum tempo depois Jesus pregará: “Convertei-vos, porque o Reino dos Céus está próximo”. O evangelista nos diz que João Batista é um novo Elias, cuja vida austera correspondia ao apelo que fazia para a conversão, a fim de preparar o povo para receber o Reino de Deus e, ao mesmo tempo dar testemunho de que Jesus é o Messias que traz o referido Reino. Os judeus contemporâneos de João Batista lamentavam a demora da vinda do Messias. Os mestres da Lei diziam que essa demora se dava por causa da infidelidade do povo à Lei de Moisés, e a devassidão dos costumes. Era preciso, portanto, que eles se tornassem dignos de acolher o Messias quando da sua vinda. João Batista então anuncia um batismo de conversão, um rito de purificação frequente em muitos grupos religiosos da época, que se converteu num sinal pelo o qual as pessoas demonstravam estar dispostas a se prepararem para acolher o Messias. Daí o fato de virem pessoas de toda parte ao encontro de João para confessarem seus pecados e receberam o batismo no rio Jordão. Aquele que era a voz que gritava no deserto dizendo “preparai o caminho do Senhor, endireitai as suas veredas!” Dizia também que não bastava uma religiosidade aparente para receber o Senhor. Ele não hesitará em chamar os fariseus e saduceus de “raça de cobras venenosas”. Para João de nada valerá o culto prestado a Deus se não for acompanhado de frutos, obras de justiça que comprovem a conversão. João diz que o Messias batizará com “o Espírito Santo e o fogo”. O batismo de João era uma preparação para o batismo realizado por Jesus e que ele confia à Igreja. O elemento do batismo de Jesus não é apenas a água, mas “o Espírito Santo” que transmite em gérmen a vida nova aos que são batizados, fazendo-os participantes do Reino de Deus. João nos diz que é preciso que não nos iludamos: a nossa abertura a Cristo se manifesta pela abertura que damos à sua Palavra e aos frutos que produzimos comprovando a nossa fé. De nada nos valerá o conhecimento que tivermos, se não comprovamos com a nossa vida o que proclamamos com a nossa boca. Por isso, preparando-nos para acolher o Senhor que vem ao nosso encontro neste Natal, esforcemo-nos por comprovar nossa fé com nossas obras e vivermos nosso batismo com sinceridade e alegria.



