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Adjetivos Compostos

O Diário - 4 de dezembro de 2025

Adjetivos Compostos

Luciano Borges é Doutor em Letras pela Universidade Mackenzie

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Flexão e invariabilidade

Acertar a flexão do adjetivo composto é um desafio constante na língua escrita formal, dado o seu sistema de pluralização. Quem é apaixonado ou fascinada por textos bem escritos, logo se detém no estudo da Morfologia. É justamente esse estudo das formas das palavras que nos ajuda a desvendar um universo no qual a classe gramatical e a função sintática de cada elemento definem o tratamento normativo. Essa é a razão pela qual a pluralização dos adjetivos compostos divide-se entre a flexão do último elemento, a flexão de ambos e a invariabilidade categórica.

O primeiro aspecto diz respeito à flexão do último elemento. Ela deve ser observada sempre que a função do primeiro elemento é meramente qualificadora. Nesses casos, a norma-padrão prescreve que apenas o segundo termo receba a marca do plural. Flexões como “artes greco-romanas” e “escolas médico-cirúrgicas” são exemplos em que apenas o último elemento é flexionado. Há também os casos em que o adjetivo composto é formado por duas palavras variáveis, que mantêm sua função e autonomia semântica. Nessa condição, flexione ambos, como em “cães-guias” e “primeiras-damas”.

A invariabilidade dos adjetivos compostos deve ser observada quando o segundo termo for um substantivo que atua como elemento restritivo de cor. É em razão desse princípio morfológico que termos como “blusas amarelo-limão” e “saias azul-turquesa” possuem adjetivos compostos cujos elementos não flexionam. De fato, os substantivos “limão” e “turquesa” especificam tonalidades. Portanto, a precisão na escrita desses termos advém tanto do domínio da classe das palavras quanto do reconhecimento da função sintática de cada elemento envolvido na formação do adjetivo composto.