Por Pe. Daniel Canevarollo, vigário São Benedito, Barretos - SP

Neste tempo da quaresma temos a oportunidade de aprofundar e fortalecer a nossa fé. No quarto domingo deste tempo nós vivenciamos o “Domingo da alegria” da cor litúrgica roxa passou-se a usar naquele domingo a cor rosa para que fosse demonstrado a todos os fiéis à alegria que brota da esperança de estarmos chegando ao nosso destino “a hora da glorificação”, “a hora da paixão, morte e ressurreição de Jesus.”

O evangelho da liturgia foi o da conhecida parábola do filho pródigo (cf. Lucas 15,11–32), que narra a história do filho mais novo que abandona o pai e desperdiça seus bens em prazeres. Após sofrer as consequências dessa escolha e perder sua dignidade de filho, ele decide voltar e pede para ser tratado apenas como um empregado, sentindo-se indigno de ser acolhido.

Para sua surpresa, o pai o acolhe com amor e festa, mostrando-se misericordioso. Alguns teólogos biblistas afirmam que esta passagem poderia ser chamada de “o pai misericordioso”, “o pai da compaixão” e outras menções que pudessem colocar o Pai como o protagonista da história, destacando a figura do pai como símbolo da compaixão, que respeita a liberdade do filho. A narrativa também inclui o filho mais velho, que não entende o perdão do pai e se sente injustiçado por ser sempre fiel e nunca ter recebido uma festa ou nada comparado à acolhida do irmão que esbanjou tudo e voltou. Este filho representa aqueles que muitas das vezes se comportam e se relacionam com o Pai como a forma de um patrão e demonstram pelas atitudes de reclamações que estavam com o pai, mas, na verdade, não conheciam sua essência de um Pai que ama incondicionalmente.

Com estas pistas que nos fizeram refletir sobre com que personagem poderíamos nos comparar, foi possível aprender neste tempo o modo como Deus age com seus filhos que somos nós. Ele sempre nos espera para que vivamos uma nova vida de amor e liberdade. Ele se alegra e faz festa quando nos decidimos por voltar e romper com o pecado que nos escraviza.

Neste domingo pudemos vivenciar e se alegrar com um Deus que faz festa em perdoar. E desta mesma forma nós vivemos neste mundo a festa do perdão e da misericórdia. Quem ama sabe sempre esperar, pois não se cansa de amar. Independente dos pecados e das decisões passadas, ainda sempre é possível recomeçar para uma vida nova. Enquanto estamos vivos sempre temos a oportunidade de vivenciar esta festa, porém, o tempo se faz breve quando temos a consciência de que nossa morada aqui não é definitiva, aqui temos a oportunidade de voltarmos a cada dia, mas somente até o nosso último suspiro. Por isto, vivamos a alegria e a esperança de um Deus Pai que nos ama incondicionalmente e que nos espera com compaixão, não tenha medo de voltar. Boa festa para todos nós!