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À comunidade árabe

karla-armani-medeiros - 29 de março de 2022

À comunidade árabe

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Em 25 de março, foi comemorado o Dia Nacional da Comunidade Árabe, uma data que fertiliza a história brasileira. Destino de levas de imigrantes árabes, o Brasil se enquadra como uma nação onde famílias, oriundas de contextos históricos penosos, refizeram suas vidas e contribuíram ao desenvolvimento do país.

 


Ao olhar para o passado destes povos no Brasil é quase instantâneo associá-los ao comércio. O livro Barretos de Outrora possui um depoimento icônico que ilustra, em poucas linhas, os costumes, a religião, a oralidade e a perspicácia ao comércio dos árabes na cidade já em 1907: "Na rua 8, depois do café matinal, o João Elias e outros sírios sentavam-se à porta do estabelecimento fumando, enquanto a seu mandado o Alcino Pedro Cassim e o Abdallah Sucar se revezavam na leitura de um grande livro, em árabe, possivelmente o Alcorão. À chegada de alguém, um dos meninos ia servi-lo, e o outro continuava lendo, mas logo o chefe o interrompia para dizer alguma palavra amável ao freguês. Os sírios em geral, por essa amabilidade peculiar à raça, logo faziam relações econômicas, laboriosos, dotados de tino admirável para o comércio, em pouco tempo progrediam financeiramente". Como se vê, de mascates e caixeiros-viajantes, não demoraria para os árabes se tornarem exímios comerciantes de portas abertas.

 


A trajetória dos árabes em Barretos, em especial os sírios, ainda se desdobraria com o passar das décadas e a inserção das famílias na comunidade. Era 1915, quando, em Barretos, inaugurou-se a Sociedade Otomana em plena 1ª Guerra Mundial. Em 1917, à rua 18, existia o "Gynasio Syrio-Brasileiro", colégio particular para ambos os sexos. No ano de 1954, quando Barretos comemorava o centenário de sua fundação, a colônia síria presentou a cidade com o busto do Duque de Caxias na Praça Francisco Barretos (e que hoje figura o Tiro de Guerra). Em 1976, a cidade foi contemplada com a primeira mesquita do interior paulista de arquitetura de lindos adornos em ogivas.

 


Por essas e tantas outras expressões, viva a nossa comunidade árabe!