A esperança atravessa o tempo
Diocese de Barretos - 3 de outubro de 2025

A esperança atravessa o tempo
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Por Pe. Flávio Pereira - Vigário Catedral – Barretos-SP
Estamos vivenciando, durante o ano corrente de 2025, o Ano Santo da Esperança, convocado por Sua Santidade, Papa Francisco, tendo por base o texto bíblico que diz “a esperança não decepciona, porque o amor de Deus foi derramado em nossos corações pelo Espírito Santo que nos foi dado (Rm 5,5)”. Ressalta-se aqui, que a Virtude teologal da Esperança faz um tripé, juntamente às virtudes da fé e da caridade, e que, por sua vez, mesmo diante de tantos desafios enfrentados no mundo moderno, ela vem ser um norte, pois não decepciona. Junto à esperança, existe um verbo que nos coloca em sintonia com ao projeto do Pai, para que, nas correntes incertezas do mundo, nada seja passageiro ou fugaz: perseverar! Este verbo, em sentido profundo, demonstra a coragem para seguir adiante, mesmo quando o caminho se torna difícil de ser trilhado. Ele mostra que confiar é ter a certeza de que todo esforço feito não é em vão, pois a esperança e a perseverança constituem-se como a certeza de que, diante da promessa de Deus, há o cumprimento dela, ainda que atravessemos vales e noites escuras, a esperança não decepciona. O Catecismo da Igreja Católica, em seu parágrafo de número 1817 diz que “a esperança é a virtude teologal pela qual desejamos, como nossa felicidade, o Reino dos céus e a vida eterna, pondo nossa confiança nas promessas de Cristo e apoiando-nos na graça do Espírito Santo.” Diante de tribulações, que permeiam a vida de toda pessoa, a Sagrada Escritura faz referência à esperança. O profeta Jeremias, por exemplo, escreveu: “Quero trazer à memória o que me pode dar esperança: as misericórdias do Senhor são a causa de não sermos consumidos” (Lm 3,21-22). Aqui vemos que a esperança, não se constitui em uma fuga da realidade, mas sim um memorial no qual nos lembrar que Deus é fiel. Nos dizeres de alguns santos, acerca da esperança – Santa Teresa d’Ávila, mística e doutora da Igreja: “Nada te perturbe, nada te espante. Tudo passa, só Deus não muda. A paciência tudo alcança; quem a Deus tem, nada lhe falta. Só Deus basta”; São Padre Pio, aconselhava os fiéis dizendo: “Ora, espera e não te preocupes. A esperança é a âncora da alma”; Santa Teresinha do Menino Jesus, afirmava com firmeza: “Espero tudo do bom Deus, como uma criancinha espera tudo de seu pai.” Quando olhamos para a sua ‘pequena via’, vemos a confiança plena em Deus como uma das expressões mais puras para a prática e vivência da esperança cristã. Outros grandes Santos como Agostinho, Tomás de Aquino, João Paulo II escreveram sobre a esperança como fonte de inspiração para todos, e assim, vê-se que ela ultrapassa os limites do tempo, sendo sempre atual, pois, se em Deus depositamos nossa confiança, jamais seremos decepcionados. Por fim, nas palavras de São Paulo: “Se esperamos o que não vemos, é na perseverança que o aguardamos (Rm 8,25)”.