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A grandeza do nosso trabalho

dmapatrocinio - 30 de janeiro de 2024

A grandeza do nosso trabalho

PROFª ESP. KARLA ARMANI MEDEIROS historiadora e titular da cadeira 7 da ABC – www.karlaarmani.blogspot.com

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Eu já vi historiadora ser chamada de louca após lutar pela não demolição de importante casarão histórico na cidade. Eu mesma já esbravejei quando foi anunciado o sepultamento da praça Nove de Julho. Já vi historiadores se juntarem contra algo que de tão absurdo parecia ilusório: um destombamento. Para ir mais longe, já li sobre uma campanha feita pelo historiador Osório Rocha, em 1928, contra o loteamento da área do segundo cemitério de Barretos. Ele propunha que no local fosse construída uma praça e não casas, divulgando uma lista com nomes de cem pessoas enterradas no local. Em todos esses exemplos, os historiadores sofreram críticas por parte de alguns desentendidos.

Nem sempre somos compreendidos, e alguns tentam minimizar nosso trabalho com frases como: “isso é tão pequeno”. Mas, não é. Se não fosse a grandiosidade do nosso trabalho detalhista, a população não conheceria a sua própria história. Nos propomos a ser guardiões dos casarões antigos, prédios públicos, praças e monumentos. 

É a classe política quem faz e executa leis que poderiam preservar e zelar pelo nosso patrimônio. Mas, isso nem sempre acontece. Alguns bons exemplos, porém, tivemos em gestões de prefeitos recentes: O prefeito Mélek Geraige inaugurou o museu e professor Milton Ferreira realizou o seu tombamento municipal. O dr. Nelson James Wright foi quem criou o Marco Histórico na rua 8 e reformou as estruturas do Museu. O dr. Emanoel Carvalho se dedicou a restaurar prédios como a Estação Cultural, Cine Barretos, antigo fórum e outros. Guilherme Ávila promoveu reformas simples no museu, criou monumentos como os das famílias fundadoras, voltou o busto da República à praça e promoveu convênio de digitalização dos jornais do museu. Pisar, visitar e cuidar do Museu Ruy Menezes é lição de casa para qualquer prefeito. (E vereadores também).

Independente de gestores e partidos, os historiadores da cidade sempre estarão a postos para colaborar com as gestões (e eu reforço o meu compromisso com todas elas), mas também a pôr-se contra a ignorância e ao gerundismo quando preciso for; mesmo que para alguns possamos parecer ridículos. Contra esses, ecoam os aplausos da maioria.