A importância da Inclusão dos usuários surdos no atendimento médico
O Diário - 7 de dezembro de 2025
Leticia Munhoz da Silva, estudante do 11º período do curso de Medicina da FACISB, orientada pela profª Rosimeire Ferreira Mendes.
Compartilhar
A comunicação é a base de qualquer relação em saúde, sendo essencial para um diagnóstico preciso e um cuidado humanizado. No entanto, para os usuários surdos, essa comunicação muitas vezes é marcada por barreiras significativas, que comprometem a qualidade do atendimento médico. A falta de preparo dos profissionais em Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS) e a escassez de intérpretes nos serviços de saúde tornam a experiência do paciente surdo limitada e, muitas vezes, excludente. A inclusão não deve ser entendida apenas como um direito legal, mas como uma necessidade ética. A Constituição Federal e a Lei de Acessibilidade já garantem o direito à comunicação em LIBRAS, mas a prática ainda está distante da realidade. O atendimento adequado exige profissionais capacitados e sensíveis às diferenças comunicacionais, capazes de acolher o paciente surdo em sua integralidade. Quando não há compreensão mútua, há risco de erros médicos, insegurança e desconfiança. Por outro lado, quando há investimento em formação, tecnologias assistivas e intérpretes, o cuidado se torna mais seguro, humanizado e eficiente. Nesse sentido, a inclusão de usuários surdos no atendimento médico é um passo essencial para uma saúde verdadeiramente universal, equitativa e justa. Como apoio prático, recursos inovadores estão disponíveis, como o e-book bilíngue e interativo em LIBRAS, que auxilia profissionais da saúde durante a consulta com pacientes surdos. O material brevemente ser acessado gratuitamente em facisb.com.br/ebook/, tornando-se uma ferramenta de aproximação entre médicos e pacientes e fortalecendo a qualidade do atendimento. Afinal, ouvir não é suficiente: é preciso compreender e se fazer compreender, garantindo que a voz do paciente surdo seja reconhecida e respeitada dentro do sistema de saúde.



