Por Pe. Flávio Pereira, Vigário Catedral, Barretos-SP

O evangelista João apresenta para cada um de nós que a verdade é o fator determinante para a nossa liberdade acontecer, por sua vez, nossa liberdade está em Cristo, e como tal, Dele é que provêm o alcance da plenitude na vida eterna. Quando contamos uma mentira, nos tornamos escravos dela; ela passa a habitar nosso ser de maneira tão penetrante que mais cedo ou mais tarde, se tornará uma mentira verdadeira, deixando-nos ou nos fazendo escravos dela. Quanto mais mentimos, mais emaranhados em um laço infindável de sucessões catastróficas ficamos, extirpamos a verdade de nós e nos deixamos viver por aquilo que acreditamos ser o certo, mesmo tendo a ciência de que é errado. O senso de arrependimento, uma vez presente em nossas vidas, faz-nos compreender o que é certo, contemplando-o em nossas vidas, e o que é errado, sendo evitado por nós. Tendo tal postura, o processo de conversão é mais eficaz, pois buscamos a mudança por meio de condutas distintas que não nos levem ao erro, à queda e ao pecado. No entanto, uma vez perdida tal noção, haverá sempre uma pedra de tropeço que nos impede de buscar as coisas do alto. Ao falar de escolhas, automaticamente, estamos nos referindo à liberdade, mas isso não implica dizer que tudo está diante de nós para que possamos usufruir da forma como bem quisermos, pois entre a liberdade e a libertinagem existe uma linha muito tênue que, por vezes, pode ser rompida mediante à falta de compreensão clara/específica de ambos. São Paulo nos orienta que “tudo me é permitido, mas nem tudo me convém. Tudo me é permitido, mas eu não me deixarei dominar por coisa alguma (1Cor 6,12)”. Liberdade é saber distinguir o certo do errado e mais, saber colocar de lado aquilo que não nos convém, que não nos auxilia no crescimento espiritual. João nos fala que por meio da verdade seremos libertos (Jo 8,32). Sabendo que a verdade é o que nos liberta, diante disso, Jesus se apresenta como o caminho, verdade e vida, sendo o único que nos conduz a Deus (Jo 14,6). É a partir desta Verdade que somos libertos. Verdade e mentira não combinam com Cristo e nem com o verdadeiro discípulo Dele; se nossa vida baseia-se na mentira, mesmo que pequena para poder mascarar uma verdade ou nos safar de uma consequência que achamos ruim, apenas estamos contribuindo para que o emaranhado de inverdades sejam difundidas. Ser de Cristo é ser da Verdade, Verdade esta que liberta e conduz-nos às alegrias do encontro verdadeiro com o Ressuscitado, pois Ele é o Caminho a Verdade e a Vida.