A modernidade e o passaporte
O Diário - 23 de maio de 2025

DANILO PIMENTA SERRANO É ADVOGADO E PROFESSOR UNIVERSITÁRIO
Compartilhar
Ao longo dos séculos, o mundo tem evoluído em ritmo acelerado. Sobretudo nas últimas décadas, com a popularização da internet, essa evolução se acentuou, e tornou-se ainda mais veloz com o surgimento dos smartphones, que hoje são verdadeiros computadores de bolso.
Isso trouxe inegáveis facilidades em diversos aspectos da vida cotidiana, e também facilitou a vida dos viajantes. Seja pela conectividade oferecida pelo WhatsApp, que permite chamadas telefônicas à custo zero com incrível facilidade entre países, muito diferente dos antigos cartões pré-pagos aos quais nos socorríamos para ligar para o Brasil, seja a facilidade trazida pelo Google Maps, que permite aos turistas se locomoverem quase como locais nas mais remotas cidades do mundo, seja ainda pela Apple Wallet, que nos permite guardar com segurança uma série de meios de pagamentos e documentos de viagem, com segurança e redundância, em uma carteira digital em nossos celulares – inclusive as passagens aéreas –, são inegáveis as facilidade e a segurança que a tecnologia trouxe aos turistas.
Contudo, um importantíssimo documento, essencial aos viajantes internacionais, ficou de fora de todo esse progresso, e permanece sem qualquer evolução desde que a sua versão “moderna” foi criada, há pouco mais de um século: o passaporte.
É incrível que no atual quadrante tecnológico no qual a humanidade se encontra, as pessoas ainda se veem dependentes de um “livrinho” com algumas folhas para poder cruzar fronteiras mundo afora. Se estiver no exterior, e tiver o passaporte furtado ou extraviado, o cidadão enfrentará uma grande dor de cabeça, e terá de se socorrer a representações diplomáticas para conseguir um passaporte de emergência ou um Autorização de Retorno ao Brasil (ARB) para poder retornar ao seu lar – e certamente dispenderá uma quantia substancial de tempo e dinheiro em razão do extravio do vetusto “livrinho”.
Já passou muito da hora de as nações, por meio dos organismos multilaterais, modernizarem o passaporte, tornando-o um documento puramente eletrônico, ainda mais seguro e sem risco de extravio, trazendo-o assim para o século XXI.