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A morte como caminho de esperança

Diocese de Barretos - 17 de maio de 2025

A morte como caminho de esperança

A morte como caminho de esperança

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Por Seminarista Matheus Flávio, 4º ano da configuração (Teologia)

Os seres vivos, como demonstram inúmeras pesquisas científicas, são constituídos de células, denominadas de unidades básicas da vida. As células não são perceptíveis ao olho humano, sem o auxílio dos microscópios, mas percebe-se claramente o cumprimento de suas funções na existência de seres vivos complexos e de beleza ímpar. Mesmo em microrganismos unicelulares, existe complexidade estrutural e fisiológica. Além de energia, para o funcionamento adequado dos seres vivos, existem complexos processos metabólicos que permitem a sustentação da vida de microalgas a de uma baleia azul. Desse forma, o ser humano, dotado de alma e razão, pode além de estudar e compreender essa gama de processos, buscar um sentido, uma essência de porque e para que tudo isso. Então, surge a pergunta, o que realmente importa na vida? De forma simples, sabe-se que muitas coisas têm valor para o ser humano, família, amigos, fé, honestidade, mas também já é constatado que muitas outras coisas distraem, dispersam, iludem e confundem o homem, como a obsessão por possuir, ter e poder. Diante dessa realidade, perde-se de vista o que tem importância, como a contemplação da beleza e da preciosidade que é a vida, nas suas mais diversas formas presente na natureza. Perde-se também a alegria do encontro com os semelhantes e com aquele que tudo criou, pois existem outras coisas ocupando maior espaço e tempo na vida. Talvez para responder a pergunta do que realmente importa, seja importante contemplar, olhar, presenciar, experimentar a simplicidade que existe por de trás da enorme beleza da vida. Antes de ver as atrativas cores da asa de uma borboleta, talvez seja interessante olhar e pensar nas pequenas células que permitem a grandiosidade espetáculos das asas. Dessa maneira, cabe a cada pessoa olhar e pensar nos detalhes e na beleza da criação divina, desde a natureza até a singularidade de cada ser humano, que permitem perceber um pouco mais de perto a ação e a sutileza de Deus. No livro do Gênesis temos o próprio Deus contemplando sua criação “e Deus viu que isso era bom” (Gn 1,10), e criando o homem e a mulher no ápice da obra criadora, “Deus os abençoou e lhes disse: ‘Sede fecundos, multiplicai-vos, enchei a terra’” (Gn 1,28). Que o Senhor nos conceda a graça da simplicidade e da humildade de coração para encontrarmos sentido e beleza na vida através da criação. Repletos de alegria, possamos usar as palavras dos três jovens na fornalha, segundo o livro do profeta Daniel: “Obras do Senhor, bendizei o Senhor, louvai-o e exaltai-o eternamente!” (Dn 3, 57)

GOTAS DE SERENIDADE

“A família é o âmbito não só da geração, mas também do acolhimento da vida que chega como um presente de Deus”.
Papa Francisco, “Amoris Laetitia” sobre o amor na família, n. 166.