A Odontologia especializada no atendimento à pacientes com necessidades especiais está cada vez mais atenta às particularidades dos procedimentos clínicos destinados a este público. O entendimento das alterações, assim como das condições sistêmicas em que esses pacientes se encontram, demanda um olhar diferenciado e ao mesmo tempo de muito estudo e dedicação por parte do profissional. Sabe-se que em detrimento da vulnerabilidade orgânica são mais suscetíveis às infecções e, na cavidade bucal, o panorama não é diferente.

A manutenção da saúde bucal não se restringe às lesões cariosas que na maioria das vezes são imperiosas. Embora as perdas dentárias precoces e as reabilitações imediatas fazem parte deste contexto, destaca-se também o aumento da prevalência de doenças periodontais em quase 100% dos pacientes com menos de 30 anos de idade. A doença periodontal nesses pacientes quando não prevenida ou tratada, torna-se grave, generalizada e de rápida progressão. A precariedade da higiene bucal por si só não justifica a severa e generalizada destruição periodontal. Esta condição muitas vezes pode estar associada ao comprometimento do sistema imunológico. Além disso, alguns distúrbios locais estão relacionados ao desenvolvimento da doença periodontal precoce, como a oclusão inadequada,  a posição do freio labial, os problemas mucogengivais e a posição avançada da língua.

É essencial a prevenção e o controle da doença periodontal nesses pacientes, introduzindo-os o quanto antes em programas que incentivem a promoção da saúde bucal. Assim como a participação dos pais, cuidadores ou atendentes institucionais na supervisão e realização da higiene bucal. A frequência do atendimento odontológico integrado com a equipe multiprofissional faz a diferença na qualidade de vida destes pacientes!